IML de Manaus usa caminhão de merenda para armazenar corpos
O IML local conta com espaço para armazenar 20 corpos. No motim, somente no Compaj, 56 detentos foram mortos
O caminhão frigorífico usado para armazenar os corpos dos presos mortos durante o motim no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) foi emprestado pela Secretaria de Educação do Amazonas (Seduc). O veículo é utilizado para o transporte de merenda escolar na rede pública.
Apesar de o secretário de Segurança Pública, Sérgio Fontes, ter confirmado o empréstimo, a Secretaria da Educação alegou que apenas indicou a empresa responsável pelo caminhão.
O espaço disponível no IML local não foi suficiente para armazenar todos os corpos mutilados durante a rebelião. O local tem condição de receber até 20 corpos simultaneamente, menos da metade dos 56 detentos assassinados entre domingo e a última segunda-feira.
A Seduc informou por meio de nota que apenas indicou a empresa que opera o serviço de logística do transporte da merenda e que o veículo jamais atenderá a pasta “com transporte ou armazenamento de alimentos”.
Estacionado em frente ao IML, o caminhão teve as placas de identificação retiradas. Durante entrevista, no entanto, Sérgio Fontes lembrou que o caminhão foi “emprestado da Secretaria de Educação”.
O reconhecimento
Nesta terça-feira foram liberados nove corpos. Mais 30 já estão identificados, mas ainda não tiveram os procedimentos concluídos para liberação. Os nomes só serão informados à medida que as famílias forem comunicadas.
Uma Força-Tarefa coordenada pelo Departamento de Polícia Técnico-Científica trabalha na identificação dos mortos por meio de impressões digitais e arcada dentária.