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João de Deus se entrega à polícia e é preso em GO

Médium, acusado por mais de 300 mulheres de abuso sexual, estava foragido

Por Luiz Felipe Castro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 dez 2018, 18h32 - Publicado em 16 dez 2018, 16h59

O médium João de Deus se entregou à polícia neste domingo, 16, nas proximidades de Abadiânia (GO) e foi preso, por volta das 16h30, segundo informações do Ministério Público de Goiás. O líder espiritual de 77 anos acusado por mais de 300 mulheres de abuso sexual estava foragido e negociou sua rendição e prisão preventiva com as autoridades.

João de Deus foi levado ao Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, cidade vizinha a Goiânia, onde passará a noite. “Os promotores e promotoras informam que os trabalhos da Força-Tarefa seguem normalmente nos próximos dias, no intuito de continuar realizando as oitivas das vítimas e produzir as denúncias a serem oferecidas”, completou o MP.

No último dia 12, João de Deus retirou 35 milhões de reais de contas e aplicações financeiras após as primeiras denúncias de abuso sexual, segundo informações do Ministério Público e da Polícia Civil de Goiás. A movimentação financeira suspeita acelerou o pedido de prisão preventiva, determinado pela Justiça na tarde de sexta-feira 14. 

Os relatos de abuso sexual vieram à tona há uma semana, quando o programa Conversa com Bial, da TV Globo, apresentou denúncias de algumas mulheres. Dois dias depois, o Ministério Público e a Polícia Civil de Goiás formaram forças-tarefas para investigar os casos. Até o momento, já foram coletados mais de 330 depoimentos. Desse total, 30 mulheres formalizaram acusações.

Nesta semana, somente na cidade de Abadiânia, onde funciona a Casa Dom Inácio, foram iniciados três inquéritos. Eles se juntam a outros três que já haviam sido abertos antes de os depoimentos contra João de Deus serem divulgados na TV.

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Uma das mulheres que o denunciaram foi sua própria filha, Dalva Teixeira, de 49 anos. Em entrevista exclusiva a VEJA, ela relatou o calvário pessoal que enfrentou a partir dos 10 anos de idade. “Meu pai é um monstro”, contou Dalva. 

Pouco antes de se entregar, em entrevista à Folha de S. Paulo, João de Deus disse que decidiu se entregar “à Justiça divina e à Justiça da Terra.” Ele não era visto publicamente desde a última quarta, quando visitou a casa Dom Inácio de Loyola e, em pronunciamento rápido, garantiu inocência e disse estar à disposição da Justiça. A Polícia Civil percorreu mais de 20 endereços para tentar encontrá-lo antes da rendição. 

 

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