Um jovem invadiu nesta quarta-feira o Instituto Estadual Educacional Assis Chateaubriand, em Charqueadas (RS), ateou fogo numa sala de aula e depois golpeou alunos com uma machadinha. Pelo menos seis adolescentes do sétimo ano do ensino fundamental ficaram feridos, mas não correm risco de vida. São quatro meninas, entre 12 e 15 anos, e dois meninos de 14 anos.
Segundo a polícia, o agressor foi desarmado por um professor de educação física e conseguiu fugir pulando o muro da escola. Ele foi preso no fim desta tarde e confessou o ataque aos policiais. Ele tem 17 anos e é ex-aluno da instituição.
“Ele entrou na escola com uma machadinha e um galão com um líquido inflamável. Muitas pessoas fugiram, pularam a janela para fora da escola. Os alunos foram feridos nas mãos, costas e pernas”, relatou o chefe de Socorro do Corpo de Bombeiros Voluntários da cidade, Maurício Naatz.
O governo do Rio Grande do Sul informou, em nota, que todos os envolvidos serão ouvidos pela Polícia Civil e passarão por exames de corpo de delito. “Embora as vítimas não tenham sido feridas com gravidade e estejam fora de perigo, o governo reforça extrema preocupação com o ocorrido e não medirá esforços para esclarecer os fatos e responsabilizar os culpados”, diz o texto.
O vice-governador do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Júnior, foi a Charqueadas acompanhar o caso – o governador, Eduardo Leite, está em viagem ao Uruguai.
A escola mantém cerca de 700 alunos e funciona de manhã, tarde e noite. As aulas acabaram sendo suspensas. O município de Charqueadas tem 35.000 habitantes e fica a 60 quilômetros de Porto Alegre.
Segue o texto publicado pela escola em sua página no Facebook:
“Infelizmente nossa escola sofreu um atentado no começo desta tarde. Uma sala de aula foi vítima de um ataque que já está sendo investigado pelos órgãos de segurança. Quatro alunos ficaram feridos, felizmente sem gravidade e já foram atendidos. O professor que estava na sala não se feriu. Porém o pânico foi geral. Estamos chocados com o fato, mas queremos tranquilizar a comunidade escolar de que neste momento não há alunos na escola e estamos sendo amparados pelos órgãos de segurança e Secretaria de Educação. Certamente faremos o possível para auxiliar os alunos, colegas professores e os funcionários na superação desse fato traumático, e também para reforçarmos a segurança da escola. Agradecemos a preocupação de todos e o apoio dos órgãos competentes que estiveram e estão ao nosso lado”.
Cinco meses depois
O caso ocorre cinco meses após o massacre na escola Raul Brasil, em Suzano (SP). Dois jovens, um de 17 e outro de 25 anos, invadiram a escola na hora do recreio armados com um revólver calibre 38, uma machadinha e uma besta. Eles abriram fogo a esmo contra os alunos e golpearam os que tentavam fugir da escola. Sete pessoas morreram no ataque, além do tio de um dos atiradores que foi assassinado alguns minutos antes. Com a chegada da polícia ao local, um assassino matou o outro, e depois se suicidou.