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Juiz manda ex-assessor de Cabral para prisão domiciliar

Apontado como 'laranja' do ex-governador, Paulo Fernando Magalhães Pinto negocia acordo de delação premiada

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 20h49 - Publicado em 10 jan 2017, 19h15
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  • O juiz federal Marcelo Costa Bretas, responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, determinou nesta terça-feira a conversão da prisão preventiva do empresário Paulo Fernando Magalhães Pinto, apontado pelas investigações da Operação Calicute como laranja do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB), em prisão domiciliar. Conforme revelou o jornalista Lauro Jardim no jornal O Globo neste final de semana, Magalhães Pinto, que é ex-assessor especial de Cabral, negocia delação premiada com o Ministério Público Federal.

    A defesa do empresário, preso em Bangu 8, assim como o ex-governador, argumentou no pedido a Bretas que a integridade física dele estaria ameaçada após a divulgação das negociações do acordo de colaboração.

    O MPF havia sugerido ao magistrado a manutenção da prisão preventiva de Magalhães Pinto, mas que ele fosse transferido a um presídio federal, onde estaria mais seguro.

    “É inegável que o requerente encontra-se em situação de risco à sua integridade física, em razão da notícia veiculada na imprensa nacional, fato este reconhecido inclusive pelo Ministério Público Federal”, escreveu Marcelo Bretas no despacho desta terça-feira.

    O juiz federal ressaltou que a transferência do ex-assessor de Cabral a uma cadeia federal “é medida dispendiosa e que afasta o preso seu meio social e familiar, demonstrando-se inadequada no caso concreto”.

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    “Afastados os temores de que venha sofrer represálias por parte de outros acusados com os quais se encontra custodiado, nada impede que o requerente seja novamente recolhido à prisão”, assinalou Marcelo Bretas.

    Ao reverter a prisão preventiva de Magalhães Pinto, além do “recolhimento domiciliar integral”, Bretas fixou como condições que o delator se afaste da direção de empresas envolvidas nas investigações e compareça quinzenalmente em juízo para informar suas atividades. O empresário está proibido de deixar o país e manter contato com outros investigados na Calicute.

    De ‘laranja’ a delator

    Figura fácil nas altas rodas da sociedade carioca, Paulo Fernando, apesar de ser dono de dez empresas, tinha um cargo comissionado como assessor especial de Cabral no Palácio Guanabara.

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    Ele é o dono formal de um iate de 80 pés avaliado em 5,3 milhões de reais, batizado de Manhattan, que ficava ancorado no Condomínio Portobello, justamente onde Cabral tem uma mansão e o empresário, não. Os investigadores suspeitam que a embarcação pertença ao peemedebista, uma das operações que devem ser detalhadas por Magalhães Pinto em seu acordo de delação premiada.

    Paulo Fernando é dono também de um apartamento na Rua Redentor, uma das mais nobres de Ipanema, onde o ex-secretário de segurança Pública, José Mariano Beltrame, morou de aluguel durante muitos anos, até se mudar para seu novo apartamento, comprado em um condomínio na Barra da Tijuca.

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