Julgamento do caso do menino Bernardo Boldrini tem início no RS
Ao todo são quatro suspeitos da execução do menino, incluindo o pai e a madrasta
Teve início nesta segunda-feira, 11, em Três Passos (RS), o julgamento dos suspeitos do homicídio de Bernardo Boldrini, de 11 anos. Respondem ao processo criminal o pai da vítima, o médico Leandro Boldrini, a madrasta, a enfermeira Graciele Ugulini, e os irmãos dela Edelvânia e Evandro Wirganovicz (amigos de Graciele).
O caso chocou o país em 2014, pela brutalidade e pelo grau de parentesco dos suspeitos do crime com a vítima. O menino desapareceu em 4 de abril daquele ano, em Três Passos. Seu corpo foi encontrado dez dias depois, dentro de um saco plástico, enterrado às margens de um rio na cidade de Frederico Westphalen.
Os suspeitos serão julgado pelo Conselho de Sentença do Tribunal do Júri, onde sete jurados decidirão se são culpados ou inocentes dos crimes de homicídio quadruplamente qualificado (Boldrini e Graciele), triplamente qualificado (Edelvânia) e duplamente qualificado (Evandro), além de ocultação de cadáver. O pai também responderá pelo crime de falsidade ideológica.
O julgamento é presidido pela juíza Sucilene Engler. Caso sejam considerados culpados pelo júri, cabe a ela determinar o tempo de prisão.
Em janeiro de 2014, Bernardo tinha comparecido, sozinho, ao Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da cidade, queixando-se de maus tratos, xingamentos e abandono.
A Justiça tentou tirar do pai a guarda do menor para conceder à avó materna, Jussara Uglione, mas Boldrini negou-se a entregar o filho. Como não havia sinais de violência física, o juiz Fernando Ferreira dos Santos concedeu noventa dias para que o médico cumprisse o acordo de melhorar sua relação com o filho. Não houve tempo.