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Justiça decreta prisão preventiva de João de Deus

Ministério Público de Goiás relata ter recebido mais de 300 denúncias de abuso sexual praticadas pelo médium

Por Da Redação Atualizado em 14 dez 2018, 17h20 - Publicado em 14 dez 2018, 13h07
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  • A Justiça de Goiás determinou, nesta sexta-feira, 14, a prisão preventiva do médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus. Ele é investigado por uma força-tarefa que apura denúncias de abuso sexual feitas por mulheres atendidas em seu centro espiritual, a Casa Dom Inácio de Loyola, na cidade de Abadiânia (GO). Até o momento, mais de 300 acusações já foram feitas à Promotoria.

    A decretação da prisão de João de Deus foi confirmada pela secretaria de Segurança Pública de Goiás. Evitando entrar em detalhes, a pasta antecipou apenas que a Polícia Civil está empenhada em cumprir a determinação judicial, prendendo o médium.

    Os relatos de casos de abuso sexual vieram à tona na sexta-feira (7) em entrevistas de seis mulheres ao programa Conversa com Bial, da TV Globo. Além do MP goiano, promotores de São Paulo, Paraná e Minas Gerais abriram canais para receber denúncias contra João de Deus.

    A prisão foi solicitada pelo MP-GO na última quarta-feira, alegando que, em liberdade, João de Deus poderia coagir as testemunhas e, caso mantivesse os atendimentos, fazer novas vítimas. O órgão, que criou um e-mail específico para receber denúncias, já recebeu relatos de Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Pará e Santa Catarina.

    Os relatos reunidos até o momento indicam que, depois das sessões, o médium supostamente oferecia para as vítimas atendimento particular, momento em que os abusos seriam cometidos. Para o Ministério Público, a semelhança nos depoimentos reforçam as suspeitas contra o médium.

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    Em nota, a defesa de João de Deus afirmou que ainda não teve acesso aos depoimentos prestados por parte das centenas de mulheres que afirmam ser vítimas de abusos sexuais cometidos pelo médium ao longo de anos. “O pedido foi negado sob o argumento da preservação do sigilo”, afirmam os advogados Alberto Toron e Luisa Moraes Abreu Ferreira.

    “É inaceitável a utilização de pretextos e artifícios para se impedir o exercício do direito de defesa. Sobretudo no que diz com o direito básico de se aferir a legalidade da decisão mediante a impetração de habeas corpus”, acrescentam os advogados, afirmando que nem mesmo o número do processo — que corre em segredo de Justiça por se tratar de crime sexual — foi informado à defesa.

    Na quarta-feira (12), João de Deus apareceu publicamente pela primeira vez após as acusações, em uma rápida visita à Casa Dom Inácio de Loyola. Ele falou brevemente a seguidores que o aguardavam. “Meus queridos irmãos e minhas queridas irmãs, agradeço a Deus por estar aqui. Ainda sou irmão de Deus, mas quero cumprir a lei brasileira porque estou na mão da lei brasileira. João de Deus ainda está vivo. A paz de Deus esteja convosco.” Na saída do centro espírita, cercado por funcionários, ele voltou a negar as acusações e se disse inocente.

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