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Justiça determina bloqueio de R$ 50 milhões das contas de João de Deus

O Ministério Público (MP-GO) deve apresentar denúncia contra o médium nesta sexta-feira 28

Por Diego Freire Atualizado em 28 dez 2018, 15h21 - Publicado em 28 dez 2018, 11h03

O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) determina o bloqueio de 50 milhões de reais das contas de João de Deus. A informação foi divulgada inicialmente pela TV Globo e confirmada por VEJA. A reportagem apurou que o pedido foi atendido na noite de quinta-feira 27 e deve ser protocolada até o fim desta sexta-feira, quando o Ministério Público (MP-GO) deve apresentar denúncia contra o médium.

O objetivo é utilizar ao menos 20 milhões de reais da quantia para reparar as mulheres que acusam João de Deus de abuso sexual, caso ele seja condenado pelos crimes. Outros 30 milhões de reais serão reservados para indenizar danos morais coletivos.

“Isso mostra que ele não mexeu no dinheiro dele. Todavia, para falar sobre o mérito dela [da decisão], preciso vê-la, coisa que ainda não foi possível”, declarou o advogado Alberto Zacharias Toron, em contato com a reportagem.

Só em uma mala encontrada num dos endereços de João de Deus, a polícia apreendeu 1,2 milhão de reais. No mesmo local, haviam ainda 908 dólares e 770 euros, além de pedras preciosas.

O médium deve ser denunciado por violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável na denúncia do MP-GO. Em seu primeiro depoimento ao órgão, no dia 26 de dezembro, ele  declarou não reconhecer mulheres que o acusam, ao ser confrontado com três denunciantes – entre centenas de acusações coletadas nas últimas semanas.

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O depoimento foi prestado a promotores que investigam as acusações de abuso contra frequentadores do centro espírita Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO). A defesa nega as acusações. 

Posse de arma

Nesta quinta-feira, 27, o juiz substituto Wilson Safatle Faiad, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), concedeu habeas corpus para suspender uma das prisões preventivas contra o médium, relacionada à denúncia de posse ilegal de arma. Ele, no entanto, continuará preso no Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiânia por acusações de abusar sexualmente de mulheres durante atendimento em seu centro espiritual.

“A decisão que decretou a prisão preventiva nos autos em que se apura a prática do pretenso delito de posse irregular de arma de fogo de uso permitido é genérica e, portanto, carece de fundamentação”, afirmou Faiad.

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O magistrado substituiu a prisão por medidas cautelares, incluindo uso de monitoramento eletrônico, recolhimento de passaporte, comparecimento quinzenal à Justiça, recolhimento noturno e proibição de deixar a cidade em que reside. O líder espiritual também deverá arcar com fiança de 1 milhão de reais.

A decisão, no entanto, não poderá ser cumprida imediatamente. Segundo Faiad, João de Deus deverá ser posto imediatamente em liberdade somente “se por outro motivo não estiver preso”. Como o líder está detido preventivamente pelas acusações de abuso sexual, ele deverá permanecer na prisão até determinação neste processo.

(com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)

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