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Justiça manda soltar oito investigados na Operação Carne Fraca

Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara Federal de Curitiba, também prorrogou por mais cinco dias a prisão de outros três alvos de mandados de prisão

Por Rafaela Lara Atualizado em 4 jun 2024, 18h28 - Publicado em 22 mar 2017, 09h52
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  • O juiz Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara Federal de Curitiba, mandou soltar nesta quarta-feira oito investigados que estavam presos temporariamente por causa da investigação da Polícia Federal na Operação Carne Fraca. O magistrado também prorrogou por mais cinco dias a prisão de outros três alvos de mandados de prisão.

    O Ministério Público Federal (MPF) havia pedido a prorrogação da prisão apenas do acusado Rafael Nijori Gonçalves, “tendo em vista que ele ainda não foi ouvido perante a autoridade policial”, diz a decisão.

    Já a Polícia Federal (PF) pediu a prorrogação das prisões temporárias de Alice Mitico Nojiri Gonçalves, Antonio Garcez da Luz, Brandizio Dario Junior, Celso Dittert de Camargo, Leomar José Sarti, Luiz Alberto Patzer, Marcelo Tursi Toledo, Mariana Betipaglia de Santana, Osvaldo José Antoniassi, Rafael Nojiri Gonçalves e Sidiomar de Campos. Segundo a PF, os pedidos de prorrogação se baseiam no “volume de elementos colhidos quando do cumprimento dos mandados, a necessidade de suas reinquirições e a possibilidade de que, em liberdade, atentem contra a ordem pública.”

    Segundo o juiz, no grupo dos presos temporários encontram-se servidores que integravam o “escalão intermediário” da organização criminosa instalada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, na superintendência do Paraná (MAPA/PR).

    “Embora não pertencendo diretamente ao grupo que coordenava e arquitetava as ações espúrias servindo-se da condição de servidores públicos, a elas aderiam de diversas formas (Osvaldo, Brandizio, Celso, Sidiomar, Leomar, Luiz, Marcelo e Antonio). Também tiveram contra si deferidas as prisões temporárias os familiares dos principais investigados, visto que auxiliavam diretamente para a ocultação e dissimulação dos recursos e benesses recebidos (Alice, Mariana e Rafael). Da leitura da representação policial pela prorrogação das medidas entendo não ser, ao menos neste momento, necessária a manutenção das prisões temporárias por mais um período de 5 dias com relação a esses investigados”, escreveu o juiz na decisão.

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    O magistrado também destacou que os envolvidos no esquema que não tiveram a prisão temporária prorrogada deverão “ser afastados de suas funções públicas e proibidos de ingressar em qualquer unidade do Ministério da Agricultura.”

    Carne Fraca

    A Operação Carne Fraca, deflagrada na última sexta, mira um esquema de corrupção na Superintendência Federal de Agricultura no Estado do Paraná (SFA/PR) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Entre as empresas investigadas pela PF estão a JBS, dona da Seara e da Big Frango, a BRF, controladora da Sadia e da Perdigão, e os frigoríficos Larissa, Peccin e Souza Ramos.

    Em nota, a JBS afirma que “não há nenhuma medida judicial contra os seus executivos. A empresa informa ainda que sua sede não foi alvo dessa operação. A ação deflagrada hoje em diversas empresas localizadas em várias regiões do país, ocorreu também em três unidades produtivas da Companhia, sendo duas delas no Paraná e uma em Goiás.” Segundo a empresa, todas as unidades e subsidiárias “atuam em absoluto cumprimento de todas as normas regulatórias em relação à produção e a comercialização de alimentos no país e no exterior e apoia as ações que visam punir o descumprimento de tais normas.” A JBS repudiou qualquer adoção de práticas relacionadas à adulteração de produtos.

    Já a empresa BRF reiterou a qualidade e a segurança de seus produtos e garantiu que “não há nenhum risco para seus consumidores, seja no Brasil ou nos mais de 150 países em que atua”. A companhia informou também que apoia a fiscalização do setor e o direito de informação da sociedade com base em fatos “sem generalizações que podem prejudicar a reputação de empresas idôneas e gerar alarme desnecessário na população.”

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