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Lula diz que Lava Jato ‘mirava privatização da Petrobras’

Declaração aconteceu durante a posse de Magda Chambriard na presidência da estatal

Por Lucas Mathias Atualizado em 19 jun 2024, 22h33 - Publicado em 19 jun 2024, 19h03

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira, 19, que “a operação Lava Jato mirava, na verdade o desmonte e a privatização da Petrobras, com  o falso argumento de combater a corrupção”. Para ele, “se o objetivo fosse de fato combater a corrupção, que fossem punidos os corruptos”, mas sem atingir a imagem da estatal, como foi feito. As declarações aconteceram durante a cerimônia de posse de Magda Chambriard na presidência da empresa, na cidade do Rio de Janeiro.

“Tudo o que fizeram foi tentar destruir uma empresa que tem no coração do povo brasileiro o símbolo maior da soberania do nosso país. Foi se criando uma série de negativismos para que a gente fosse aceitando a ideia de destruir a Petrobras”, disse o presidente.

Ao relembrar o período em que a Lava Jato teve mais força no país, Lula criticou o grande volume de denúncias de corrupção, sem que no entanto fossem comprovadas depois.

“A farsa que sustentou a Lava Jato foi desmontada. E aqui estamos de volta para construir a Petrobras e o Brasil. Lamento profundamente o que aconteceu com o desmonte nessa empresa. A quantidade de engenheiros que precisou se afastar, a quantidade de mentiras que se contou sobre essa empresa, que o Brasil recebia 24 horas por dia. E o mais grave é que não tem volta. O Getúlio Vargas se matou porque fizeram uma denúncia de corrupção contra ele, e depois se matou, nunca se provou nada. Nunca”, continuou Lula.

O presidente, no entanto, voltou a defender uma transição energética gradual. E projetou futuro para a estatal mesmo sem a exploração de combustíveis fósseis.

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“Os que quiseram destruir a Petrobras, jamais conseguirão. Mesmo quando o petróleo não for mais o motivo de existência da Petrobras, será uma empresa de energia. Vai refinar biodiesel, vai produzir hidrogênio verde, uma série de outras coisas”, concluiu.

Com o presidente, estiveram presentes também oito ministros de Estado. Dentre eles, os titulares da Fazenda, Fernando Haddad, da Casa Civil, Rui Costa, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira, além de Margareth Menezes (Cultura) e Luciana Santos (Ciência e Tecnologia).

A convocação de tais membros foi vista como um recado de endosso e confiança na presidente da estatal. O evento foi realizado no Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes),na Cidade Universitária.

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Em seu discurso, Magda pregou pacificação na Petrobras. E pregou atuação por uma “transição energética justa”, avanço em energia éolica e solar, uma visão “alinhada ao do presidente Lula e ao governo federal”, nossos acionistas majoritários. Mas ressaltou que “não existe falar em transição energética sem dizer quem vai pagar esse conta, e é o petróleo que vai pagar essa conta”.

Magda foi anunciada como a escolhida para o comando da estatal há pouco mais de um mês, em 14 de maio, quando Jean Paul Prates deixou o cargo. Dez dias depois, ela assumiu o posto, após aprovação do Conselho de Administração da Petrobras.

A presença de Lula na cerimônia é simbólica, depois do processo de fritura que levou à demissão de Prates. É nesta quarta-feira também que o Copom atualiza a taxa de juros, depois das críticas do chefe do Planalto ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em entrevista à CBN nesta terça-feira.

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Conforme previsto na agenda, o presidente também participou, ao lado do prefeito Eduardo Paes (PSD), da assinatura de operações de crédito do Banco do Brasil e da Caixa, para a Prefeitura do Rio. Somados, os recursos ultrapassam um bilhão de reais e servirão para impulsionar os setores de transporte e infraestrutura na capital fluminense. Também estiveram presentes os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Casa Civil, Rui Costa.

No ato, Lula destacou a importância do diálogo com prefeitos, independentemente do espectro político, ao tratar do novo empréstimo feito à Prefeitura. Ele e Paes têm participado de eventos lado a lado na cidade de maneira recorrente, especialmente desde fevereiro deste ano. O petista disse ainda que o país “tem uma dívida” com o Rio, antiga capital do Brasil império.

Em seguida, Lula participa de ato em homenagem ao Dia do Cinema Brasileiro, em que fará anúncios para o setor Audiovisual. Entre eles, a apresentação da nova marca da plataforma pública de streaming do Ministério da Cultura.

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