Mãe de modelo que morreu na SPFW se manifesta sobre marca
Tales Cotta desfilava pela Ocksa quando desmaiou na passarela; a empresa lamentou em redes sociais por não ter interrompido o desfile
A mãe do modelo Tales Cotta, que morreu neste sábado, 27, durante um desfile da São Paulo Fashion Week (SPFW), defendeu a marca Ocksa pelas redes sociais. Heloísa Cotta escreveu: “Não se culpem. Tales era profissional. Vocês não fizeram mal nenhum. No momento ninguém sabia realmente o que tinha acontecido. O certo era seguir o desfile pra não desestabilizar o restante”, em resposta à lamentação da empresa por não interromper o desfile após o modelo ter caído na passarela.
Enquanto desfilava pela marca Ocksa, Cotta usou uma sandália com fitas amarradas. Durante sua passagem pela passarela, o modelo teria tropeçado no calçado e caído. Os participantes do evento, por pensarem que se tratava de uma performance do desfile, demoraram a reagir. A empresa deu continuidade ao desfile depois que os bombeiros retiraram o modelo da passarela.
Pelas redes sociais, a marca lamentou: “Jamais poderíamos imaginar que o nosso desfile de estreia seria marcado por uma tragédia: a perda de um amigo especial, Tales Cotta. Em nome de toda equipe pedimos desculpas por termos dado continuidade ao desfile, independente das informações que dispúnhamos naquele momento, no backstage. Independente se tivesse sido uma queda ou ele desmaiado, jamais deveríamos ter dado continuidade ao desfile. Tudo aconteceu muito depressa”, escreveu.
A diretora de arte Glaucia Cechinel, que estava na sala de desfile quando Cotta desmaiou, também respondeu à marca. “Não consigo me sentir menos culpada que todas as pessoas que lá estavam e nada fizeram. Organização do evento, equipe da marca, agências de modelos. Não existe um culpado, essa não é a problemática. Todos somos responsáveis por corroborar com um sistema que alimenta a desvalorização do ser humano.”
Cotta chegou a ser levado ao Pronto-Socorro Municipal da Lapa, mas não resistiu. O boletim de ocorrência não identificou uma causa aparente para o óbito. Um laudo necroscópico será realizado em busca de uma conclusão. No documento, a Polícia Civil diz que o jovem teve uma “morte súbita sem causa determinante aparente” e registra o caso como uma “morte suspeita a esclarecer”.
O velório foi marcado para esta segunda-feira, 29, na Capela do Hospital Cesar Leite em Manhuaçu (MG), cidade natal de Cotta – cujo nome verdadeiro era Tales Newton Gomes Alvarenga Soares.