Em dois dias de edital, o programa Mais Médicos já preencheu 84% das vagas disponíveis após o fim do acordo com o governo cubano, informou nesta sexta-feira, 23, o Ministério da Saúde. Ao todo, 8.517 vagas foram ofertadas para atuação em 2.824 municípios e 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), que antes eram ocupadas por médicos da cooperação com Cuba, e 7.154 já estão preenchidas.
O Ministério da Saúde, que adiou a data-limite dessa primeira fase de inscrições para 7 de dezembro, registrou 19.994 inscritos com CRM Brasil ou que revalidaram o diploma no país. Desse total, foram efetivadas 13.341 inscrições que selecionaram 7.154 profissionais que já estão alocados nos municípios escolhidos para atuação imediata. A apresentação dos médicos ao município vai até o dia 14 de dezembro e exige a apresentação de todos os documentos exigidos no edital.
O site de inscrição apresentou uma instabilidade nas primeiras horas pelo alto número de acessos. Mais de 1 milhão de acessos simultâneos foram registrados, número que representa mais do que o dobro do número de médicos em atuação no país. Também houve ataques cibernéticos no site do edital, que complicaram as inscrições. “Assim que detectamos a ação fora do esperado, agimos com rapidez e, apesar dos ataques, não houve invasão”, afirmou o ministro Gilberto Occhi.
O edital separa as vagas nos municípios em perfis que poderão ser escolhidas pelos profissionais que se candidatarem. No caso dos municípios de “extrema pobreza”, esses locais têm pelo 20% de sua população vivendo nesta situação. Na sequência, a segunda maior parcela das vagas (28%) estão reservadas para cidades classificadas de acordo com o Programa de Atenção Básica. As vagas nas áreas pobres de capitais e regiões metropolitanas representam 17% do total.
Os profissionais selecionados receberão salário de 11.865,60 reais por 36 meses, com possibilidade de prorrogação. As atividades dos médicos incluem oito horas acadêmicas teóricas e 32 em unidades básicas de saúde. Como há vagas em áreas distantes, será repassada ajuda de custo para o médico que solicitar, paga pelas prefeituras locais. Além do requerimento, o profissional deverá anexar comprovantes de residência no local.
O Ministério da Saúde não indicou quais localidades tiveram vagas preenchidas. A informação será divulgada na próxima semana.