Manifestantes ‘enterram’ políticos em Brasília
Lápides com nomes de políticos, como Fernando Collor, Renan Calheiros e Aécio Neves foram levadas para a frente do Congresso Nacional
Uma das principais pautas de reivindicação dos manifestantes de Brasília repudiava a lista fechada, que vem sendo defendida por vários políticos. No alto de um carro de som, a coordenadora do movimento Vem Pra Rua, Juliana Dias, discursou contra o modelo eleitoral proposto no Congresso, que considera “a coisa mais antidemocrática que existe”.
“Lista fechada é contra a democracia. É votar no partido e não mais nas pessoas e eles põem lá dentro quem eles quiserem. Essa é a principal pauta do dia”, explicou. No modelo, defendido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, dentre outros parlamentares, os partidos definem previamente os nomes que estarão na disputa e o eleitor vota no partido e não mais no candidato.
O ato, porém, terminou por volta do meio dia, com um enterro simbólico do que chamaram de “velha política”. Lápides foram levadas para a frente do espelho d’água do Congresso Nacional, ao som de uma marcha fúnebre. Em cada uma das lápides, a foto de um político. Fernando Collor, Aécio Neves, Gleisi Hoffmann, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Edison Lobão, Jorge Viana foram lembrados, além do deputado Rodrigo Maia, Dilma Rousseff e Lula. Ao final, os manifestantes cantaram o hino nacional e se dispersaram.
Os manifestantes também criticaram as tentativas de mudança das Dez Medidas contra a Corrupção. Uma faixa mencionava o senador Renan Calheiros, um dos que defendem alterações no projeto de iniciativa popular enviado ao Congresso: “Renan, abuso de autoridade é a autoridade abusar do dinheiro do povo”.
O projeto das Dez Medidas contra a Corrupção foi alterado para incluir a previsão de crimes de responsabilidade para punir juízes e membros do Ministério Público (MP) por abuso de autoridade. A tramitação do projeto acabou sendo suspensa pelo Supremo Tribunal Federal.
O número de manifestantes foi muito abaixo do esperado: cerca de 600, de acordo com a polícia.