Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Mariana: águas subterrâneas da bacia Rio Doce estão contaminadas

Novo estudo identificou altos níveis de manganês e ferro nas águas da região, que é utilizada pelos pequenos agricultores para irrigação do plantio

Por Da Redação
Atualizado em 17 abr 2017, 18h07 - Publicado em 17 abr 2017, 12h31
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Além do Rio Doce, a tragédia de Mariana também pode ter contaminado as águas subterrâneas da região com altos níveis de metais pesados. Uma pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com o Greenpeace, publicada em março deste ano, revelou que a água dos poços artesianos locais apresentou níveis de manganês e ferro acima do permitido pelo governo brasileiro. De acordo com o estudo, o aquífero provavelmente foi afetado pelo rompimento da Barragem de Fundão, pertencente à mineradora Samarco, no município mineiro de Mariana, em 5 de novembro de 2015, considerado a maior tragédia ambiental do país. Os dados são alarmantes já que, como os pequenos agricultores da região não têm outra fonte de água tanto para consumo próprio, como para a irrigação da plantação, eles correm alto risco de contaminação que pode causar, no caso do manganês, problemas neurológicos, semelhantes ao mal de Parkinson, e, dano nos rins, fígado e o sistema digestivo, no caso do ferro.

    Desastre na bacia do Rio Doce

    Para verificar se a água dos poços artesianos também havia sido alterada pelo rompimento da barragem, os pesquisadores analisaram 48 amostras coletadas de três regiões diferentes da bacia do Rio Doce: Belo Oriente (MG), Governador Valadares (MG), e Colatina (ES). As amostras foram coletadas em poços, em pontos do rio e na água tratada fornecida pela prefeitura ou pela Samarco.

    Governador Valadares foi a que mais apresentou níveis de ferro e manganês acima do estabelecido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), com doze pontos de contaminados. Já, Colatina teve dez locais com os valores acima do permitido e Belo Oriente, cinco. Segundo o estudo, a água desses locais não é adequada para consumo humano e, em alguns casos, também não é recomendado o uso para irrigação de plantas – situação de alguns pontos de Governador Valadares e Colatina.

    Os pesquisadores disseram que ainda não podem afirmar que os poços sofreram a contaminação direta por conta da lama vinda da barragem, já que faltam estudos prévios na região. Mas, como os poços só foram implementados e utilizados após o derramamento de água no rio — antes 98% da população se abastecia diretamente com a água do Rio Doce –, o estudo trata a contaminação como uma das consequências do rompimento da barragem.

    “A contaminação por metais pesados pode ter  graves agravamentos futuros para as populações do entorno, que necessitam de suporte e apoio pós-desastre. Isso deve ser arcado pela Samarco e suas controladoras, Vale e BHP Billiton, e monitorado de perto pelo governo brasileiro”, disse Fabiana Alves, da Campanha de Água do Greenpeace, em comunicado.

    Continua após a publicidade

    Agropecuária da região

    No curto prazo, o grande impacto tem sido na agricultura, identificou a pesquisa. O estudo identificou que, a maioria dos pequenos produtores locais não abandonaram suas terras e, agora, enfrentam dificuldades financeiras por não conseguir mais produzir com o solo e a água que têm.

    De acordo com o relatório, 88% dos entrevistados afirmaram ter alterado o tipo de cultivo e/ou criação realizada pela família após o incidente. A produção de cabras, por exemplo, foi bastante afetada pelo desastre e as atividades de pesca e criação de peixes praticamente desapareceram na bacia.

    Dados apresentados pelos pesquisadores após entrevistas com os agricultores demonstraram também que, após o desastre, somente 36% ainda utilizam água do Rio Doce para atividades econômicas. Destes, 87% utilizam a água para irrigação. No entanto, cerca de 60% dos entrevistados considera a água imprópria para uso.

    Publicidade

    Publicidade
    Imagem do bloco

    4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

    Vejinhas Conteúdo para assinantes

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.