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Marta Suplicy recusou convite para o Ministério da Cultura

Sondagem aconteceu semanas atrás, antes do pedido de demissão do interino João Batista de Andrade

Por Da redação
Atualizado em 17 jun 2017, 15h20 - Publicado em 17 jun 2017, 09h52

A senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), ex-ministra da Cultura no governo Dilma Rousseff, foi sondada semanas atrás para reassumir a pasta, mas rejeitou o convite. Seria uma tentativa de fazer agrado ao PMDB, que quer mais um ministério depois da demissão de Osmar Serraglio da Justiça para dar lugar a Torquato Jardim.

Em carta enviada ao presidente Michel Temer, o ministro interino da Cultura, João Batista de Andrade, pediu demissão do cargo nesta sexta-feira, alegando que a pasta ficou “inviável” e que há uma “deterioração” do ambiente político. Ele é o terceiro a deixar o comando do Ministério da Cultura em um ano de governo Temer.

Segundo pessoas próximas a Marta, os motivos da recusa são os mesmos usados por Andrade para pedir demissão: redução de pessoal e corte de verbas. De acordo com interlocutores da senadora, o corte de pessoal feito ainda na gestão de Marcelo Calero e o contingenciamento de 43% do orçamento da Cultura inviabilizaram a gestão da pasta.

Interino

O Planalto já não tinha a intenção de efetivar o ministro interino da Cultura, João Batista de Andrade, no cargo, em retaliação ao fato de Roberto Freire, titular anterior, ter saído e cobrado a renúncia de Temer, após a delação do empresário Joesley Batista, um dos acionistas da J&F. Os dois são filiados ao PPS.

A pasta poderia ser oferecida à base aliada na negociação por apoio político no Congresso assim como o Ministério da Transparência, que também está com ministro interino.

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Andrade disse ao jornal O Estado de S. Paulo que decidiu deixar o cargo após perceber que o posto estava sendo negociado com outros partidos da base. “Eu não vim aqui atrás de cargo, vim fazer política cultural”, afirmou Andrade, alegando que não quer ficar no meio “dessa roda de disputa”. O interino afirmou que o corte de mais de 40% do orçamento da pasta tornou o funcionamento “inviável”. “Os governantes não ligam muito para o Ministério da Cultura”, disse.

Ele lembrou que sua indicação para ocupar o cargo de presidente da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Debora Ivanov, foi ignorada, e que Temer preferiu outra pessoa. “Se como ministro não posso indicar os nomes das agências que estão ligadas à pasta, o que eu estou fazendo aqui? É um grau de desprestígio muito grande. Isso vai desgastando”, afirmou.

(Com Estadão Conteúdo)

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