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Médico investigado por morte de paciente no RJ tem prisão decretada

Conhecido como Dr. Bumbum, Denis Cesar Barros Furtado é considerado foragido

Por Da Redação Atualizado em 17 jul 2018, 17h21 - Publicado em 17 jul 2018, 11h37
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  • A Justiça do Rio de Janeiro decretou a prisão temporária por trinta dias do médico Denis Cesar Barros Furtado, investigado pela morte da bancária Lilian Calixto que se submeteu a um procedimento estético nos glúteos em seu apartamento, na Barra da Tijuca, no último domingo. Conhecido como Dr. Bumbum, ele é considerado foragido — sua mãe também teve a prisão decretada.

    A bancária, de Cuiabá, viajou ao Rio para se submeter ao procedimento. Após complicações, ela foi levada pelo médico ao hospital Barra D’Or, com um quadro considerado extremamente grave. Segundo o estabelecimento, ela deu entrada na emergência às 23 horas, mas não resistiu e morreu duas horas depois. A causa da morte não foi divulgada.

    De acordo com o inquérito, o médico fugiu de carro assim que um policial civil se identificou no hospital. Ainda segundo a polícia, a mãe de Denis, Maria de Fátima, teve o registro profissional cassado e é proprietária da clínica onde ele atendia e ajudava o filho no procedimento — a médica também é considerada foragida. Os dois foram indiciados por homicídio doloso duplamente qualificado e associação criminosa.

    Em sua decisão, o juiz Paulo Cesar Vieira de Carvalho Filho considerou que os depoimentos de testemunhas e as provas apresentadas até agora no inquérito são o suficiente para decretar as prisões dos dois. “A liberdade do indiciado compromete sobremodo a regular colheita da prova, além de configurar induvidoso risco de fuga”, avaliou.

    O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro abriu uma sindicância para investigar a conduta do médico, já que, segundo o órgão, ele não tem autorização para atuar no estado, nem poderia realizar procedimentos em sua residência. Denis Furtado afirma ter registro nos conselhos de medicina de Goiás e do Distrito Federal. O Conselho Federal de Medicina afirma que Denis responde a um processo ético-profissional no DF. Segundo a entidade, ele foi alvo de uma interdição cautelar para o exercício da profissão em março de 2016, mas o processo foi suspenso pela Justiça depois de três meses.

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    A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) emitiu nota para lamentar a morte da paciente e informar que o médico não tem formação na área. “A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica repudia e reprova procedimentos médicos na área, realizados por não especialistas, e sobretudo nestes moldes. A crescente invasão da especialidade por não especialistas tem promovido cada vez mais casos de insucesso e fatais como este.”

    O médico é acompanhado por 651.000 pessoas no Instagram, onde divulga os resultados de seus procedimentos. Em seu site, ele se apresenta como pós-graduado em dermatologia, modulação hormonal, medicina estética, nutrologia e medicina ortomolecular. Ele também divulga um canal no YouTube e duas páginas no Facebook — uma delas desativada. A reportagem tentou contato em três telefones divulgados pelo médico, mas nenhum atendeu na manhã desta terça.

    Em um texto de fevereiro em seu site, Denis Furtado se queixa do que chama de “hipocrisia da falsa moralidade na saúde do Brasil” — embora não cite nenhum caso específico. “Investigar um alvará vencido é mais prioridade que combater o bandidos que fecham estradas e aterrorizam a população”, diz em um trecho. “O CRM intensifica as perseguições contra médicos que apresentam excelentes resultados”, escreve em outro.

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