Depois de chegar a 100% de ocupação de suas UTIs ao longo das últimas semanas, em meio à pandemia de coronavírus, o Ceará conseguiu amenizar a crise com a abertura de 398 vagas para tratamento da Covid-19. Desse total, 296 são para cuidados de adultos e 29 destinadas ao tratamento de crianças. Também foram convertidos para uso de pacientes infectados com coronavírus 73 dos 473 leitos de terapia intensiva adultos da rede estadual já existente antes da pandemia. O plano de expansão ainda prevê a abertura de 455 leitos de UTI no estado. Com expansão, a taxa de ocupação de leitos de UTI destinados ao tratamento da doença é agora de 77%, conforme números atualizados neste domingo, 26. A capital cearense, Fortaleza, contudo, ainda segue com o sistema perto da saturação e tem 98% do sistema público ocupado.
Com 6.726 infectados, o Ceará é o estado com o maior número de casos confirmados de Covid-19 no Nordeste e o terceiro no país, atrás somente de São Paulo (21.696) e Rio de Janeiro (7.944). O estado tem ainda o quarto maior número de mortos pela doença, 390. Autoridades cearenses apontam entre os agravadores do quadro no estado, e no Nordeste como um todo, a demora na restrição a voos internacionais ao Brasil. Camilo Santana pediu à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a suspensão das aterrissagens em 16 de março, quando o estado contava apenas nove ocorrências. Os voos foram vetados duas semanas depois, momento em que já havia 359 infectados e cinco mortes. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda tentou proibir barreiras de inspeção da Secretaria de Saúde cearense no Aeroporto de Fortaleza, veto negado pela Justiça.