Milhares de manifestantes foram às ruas no início da noite no Rio de Janeiro e em São Paulo para protestar contra o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e pedir justiça, investigação rápida e punição dos culpados, além de criticar a violência e a intervenção federal no estado.
No Rio, os manifestantes se concentraram diante do Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), no fim da tarde e depois seguiram pela Avenida Rio Branco em direção à Cinelândia, na região central. Antes, o velório na sede da Câmara Municipal também reuniu uma multidão de manifestantes.
Em São Paulo, os manifestantes se concentram na região próxima ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, que teve as duas pistas interditadas em razão do protesto. Além daqueles que manifestavam contra a morte da vereadora, o ato atraiu milhares de professores que se protestavam no centro contra o projeto do prefeito João Doria (PSDB) para alterar a Previdência municipal.
A manifestação paulistana era embalada pelos gritos de “por Marielle, eu digo não à intervenção!” e pedidos do fim da Polícia Militar – antes de morrer a vereadora fez duras críticas à atuação de policiais militares em Acari, região na Zona Norte do Rio.
“Essa manifestação é fundamental porque tentaram calar a Marielle. Infelizmente, brutalidades assim acontecem todo dia com pessoas da mesma origem social dela”, disse a vereadora Sâmia Bomfim, do PSOL, mesmo partido de Marielle. De acordo com a vereadora paulistana, o assassinato merece uma rigorosa investigação. “Tinha muita gente que queria vê-la calada. Ela denunciava a ação das milícias, por exemplo.”
Havia atos também em outras capitais, como no Recife, que reuniu centenas de pessoas, e em Salvador, onde ocorre o Fórum Social Mundial, evento internacional que reúne organizações e partidos de esquerda, como o PSOL, partido de Marielle.