A Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais informou no começo da noite desta quinta-feira, 16, mais uma morte supostamente relacionada ao consumo de cerveja da marca Backer. Este é o quarto caso confirmado pelo governo mineiro. Segundo a pasta, uma mulher morreu na cidade de Pompéu no dia 28 de dezembro.
Ela e outros dois casos, de homens que morreram na capital Belo Horizonte, ainda aguardam resultados de análises laboratoriais. Já o caso de um homem que faleceu dia 7, em Juiz de Fora, foi comprovado que ele tinha dietilenoglicol na sangue.
A pasta contabiliza 18 casos (16 homens e 2 mulheres) suspeitos de intoxicação pela substância, incluindo as mortes. Desses, 12 estão em BH. Os outros são dos municípios de Nova Lima, Pompéu, São João Del Rei, São Lourenço, Ubá e Viçosa.
Também nesta quinta-feira, a Polícia Civil de Minas Gerais cumpriu mandados de busca e apreensão no galpão da empresa que fornece substâncias para a cervejaria Backer e colheu depoimento de duas pessoas.
Nesta quarta-feira, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulgou ter encontrado monoetilenoglicol e dietilenoglicol na água usada para fabricação das cervejas Belorizontina. Segundo integrantes do ministério, a água é utilizada para resfriamento do mosto – mistura de ingredientes que vão compor a cerveja após sua fermentação.
Até o momento, as análises realizadas pelos laboratórios do Ministério da Agricultura constataram 21 lotes contaminados. Todos os produtos fabricados pela Cervejaria Backer já estavam e continuam sendo retirados do mercado, por recolhimento feito pela própria empresa e por ações de fiscalização e apreensão dos serviços de fiscalização.
A diretora de marketing da cervejaria Backer, Paula Lebbos, pediu nesta terça-feira, 14, aos consumidores que não bebam a Belorizontina até o fim das investigações para descobrir a origem das substâncias tóxicas encontradas em lotes da bebida. “O que eu preciso agora é que não bebam Belorizontina, qualquer que seja o lote”, disse a diretora em coletiva de imprensa na capital mineira, onde fica a fábrica de bebidas.
A ingestão de dietilenoglicol pode causar síndrome nefroneural. A Secretaria de Saúde pede que sejam notificados às autoridades locais os casos de pessoas que ingeriram cerveja da marca Backer a partir de outubro de 2019 e apresentaram em até 72 horas sintomas gastrointestinais (náusea e/ou vômito e/ou dor abdominal) associados a alterações da função renal ou sintomas neurológicos (paralisia facial, borramento visual, amaurose, alterações de sensório, paralisia descendente e crise convulsiva).
Exames laboratoriais encontraram monoetilenoglicol e dietilenoglicol nas cervejas de rótulos Capitão Senra, Pele Vermelha, Fargo 46, Backer Pilsen, Brown e Backer D2. A marca Belorizontina, que é vendida como Capixaba no Espírito Santo, foi o primeiro rótulo da Backer a ter a contaminação confirmada.
Com Agência Brasil