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Moradores de Paraisópolis irão ao Palácio dos Bandeirantes cobrar Doria

Preocupados com consequências de um lockdown, moradores farão caminhada até a sede do governo paulista para pedir políticas públicas à população carente

Por da Redação
Atualizado em 17 Maio 2020, 20h37 - Publicado em 17 Maio 2020, 16h45
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  • Moradores da favela de Paraisópolis, em São Paulo, convocaram uma manifestação para segunda-feira, 18, para pedirem políticas públicas efetivas para que moradores de comunidades possam enfrentar a pandemia do coronavírus em um possível lockdown. O ato, organizado pelo grupo G10 das Favelas fará uma caminhada de Paraisópolis até o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual.

    “Os governos, apesar das dificuldades que encontramos no isolamento com a falta de água, testes, serviço de ambulâncias, alimentação e higiene, continuam ignorando o fato de existirem 13 milhões de brasileiros, homens, mulheres e crianças vivendo em favelas e que precisam de ajuda”, afirma o manifesto. “A população e muitas empresas têm dado exemplo de mobilização e apoio, mas o governo tem que fazer a sua parte”.

    Para tentar atenuar os efeitos da pandemia nas favelas, comunidades paulistanas organizaram mutirões de distribuição de cestas básicas, confecção de máscaras por artesãs locais e uso de escolas para isolamento de pessoas com sintomas leves de Covid-19. O movimento, entretanto, questiona que um endurecimento de medidas de combate a pandemia, como o lockdown, pode prejudicar ainda mais pessoas em situação de vulnerabilidade, já que as comunidades enfrentam problemas como “falta de água, testes, serviço de ambulâncias, alimentação e higiene”.

    “Às vésperas de um Tranca Rua (lockdown), continuamos sem condições de sobrevivência devido às más condições de saúde e alimentação. Não vamos nos calar. Convocamos todas as favelas do país a se juntarem a nós e cobrar dos prefeitos, governadores e do presidente do Brasil que criem politicas públicas específicas para as favelas.” O movimento cobra que as políticas públicas pensem em enfrentamento à doença não apenas para classes altas “que se salva da crise munido de álcool gel”.

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    Em nota, o Governo do Estado afirma que engendra diversas ações em benefício a comunidades carentes, como a distribuição de caixas d’água, isenção do pagamento de contas de água e esgoto, distribuição de alimentos e fabricação e distribuição de máscaras por artesãs das favelas. Especificamente em Paraisópolis, a gestão Doria afirma ter distribuído 2.550 cesta básicas,  15.625 barras de sabonetes e 100 caixas de chocolates e inaugurado dois centros de isolamento para cumprimento de quarentena.

    Lockdown em SP

    Tanto o governo estadual como o municipal não descartam endurecimento de medidas de combate a disseminação do vírus, para evitar o colapso dos sistemas de saúde, já em alto nível de estresse. A capital paulista está em quarentena, quando há fechamento de atividades não essenciais como comércio e serviços, há cerca de 60 dias. O Estado registrava, até sábado, 61.183 casos e 4.688 óbitos. O lockdown, já considerado pelo governo paulista, proíbe a circulação da população nas ruas, deixando em funcionamento apenas serviços estritamente essenciais, como saúde e alimentação. 

    Na semana passada, o prefeito de São Paulo. Bruno Covas, havia aumentado o rodízio de veículos, estipulando que carros poderiam circular apenas em dias alternados. A ideia visava diminuir a circulação de pessoas, porém a taxa de isolamento continuou menor que 50%. A partir desta segunda-feira, o rodízio volta ao esquema normal.

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