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Moro envia Força Nacional de Segurança para conter crise no Ceará

Estado vive crise com uma série de ataques atribuídos a facções criminosas

Por Leonardo Lellis Atualizado em 4 jan 2019, 13h04 - Publicado em 4 jan 2019, 11h52

O ministro Sergio Moro (Justiça) autorizou o envio da tropa da Força Nacional de Segurança ao Ceará, que vive uma crise com uma série de ataques atribuídos a facções criminosas. Segundo a pasta, cerca de 300 agentes e 30 viaturas chegarão ainda hoje ao estado e atuarão durante um mês em ações de apoio às forças policiais estaduais e federais — o prazo poderá ser prorrogado.

“A decisão foi tomada após os episódios de violência registrados e à dificuldade das forças locais combaterem sozinhas o crime organizado”, disse a pasta, em nota.

O pedido de envio das tropas havia sido feito ontem pelo governador Camilo Santana (PT), depois dos ataques da noite de quarta-feira, e foi negado por Moro. Na noite de quinta, o ministro da Justiça determinou que a Polícia Federal (PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) tomassem as providências necessárias para auxiliar o estado.

O ministro incluiu na medida a oferta de vagas no sistema penitenciário federal e condicionou o deslocamento da Força Nacional à “deterioração” da segurança no estado.

A Polícia Militar do Ceará registrou mais onze ataques na região metropolitana Fortaleza entre a noite de quinta-feira (3) e a madrugada de sexta (4). Em um deles, a sede da prefeitura de Maracanaú foi incendiada — a ação não deixou vítimas e o fogo foi controlado, mas ninguém foi preso. Na mesma cidade, uma agência da Caixa ficou destruída.

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Pelo menos 40 ataques foram registrados contra alvos como prédios públicos, ônibus e agências bancárias na região metropolitana de Fortaleza. Em um deles, a sede da prefeitura de Maracanaú foi incendiada — a ação não deixou vítimas e o fogo foi controlado, mas ninguém foi preso. Desde o início dos ataques na noite de quarta (2), sete pessoas foram presas e quatro adolescente foram apreendidos em flagrante por suposto envolvimento nos crimes. 

A onda de crimes começou um dia depois de o titular da recém-criada Secretaria da Administração Penitenciária, Luís Mauro Albuquerque, dizer que não reconhecia facções no Estado e que não separaria mais os presos de acordo com a ligação com essas organizações. Os grupos criminosos são os principais suspeitos de serem os autores dos ataques.

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