Grupos que pediram o impeachment voltam às ruas neste domingo (26/03) para defender a Lava Jato e protestar contra o foro privilegiado e o voto em lista
Por Eduardo Gonçalves
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Atualizado em 4 jun 2024, 18h16 - Publicado em 26 mar 2017, 16h30
Os mesmos movimentos que pediram o impeachment de Dilma Rousseff em 2015 e 2016 voltaram às ruas neste domingo (26/03) em ato a favor da Operação Lava Jato, pelo fim do foro privilegiado e contra o voto em lista fechada. Bem diferente dos protestos Fora Dilma, a manifestação, agendada desde fevereiro, conseguiu ocupar apenas dois quarteirões da Av. Paulista.
Seis movimentos diferentes, entre eles o Vem pra Rua, o Brasil Livre (MBL), o Nas Ruas e os que pedem Intervenção Militar, cada um com um trio elétrico, se espalharam em blocos pequenos pela via, deixando espaços vazios entre eles. A maior concentração aconteceu na frente do Museu de Arte de São Paulo (Masp), onde ficou posicionado o carro do Vem pra Rua. O grupo trouxe o maior trio para o ato, com banda de música e convidados do meio artístico e jurídico, como a atriz Regina Duarte e o jurista Miguel Reale Júnior.
Dos carros de som, as lideranças dos movimentos minimizavam a baixa adesão, dizendo que foram determinantes para apear a ex-presidente Dilma do cargo no ano passado. “Não se preocupe se a Paulista está vazia. O importante é que estamos aqui. Fomos nós que derrubamos a Dilma e criamos o Pixuleco”, disse uma porta-voz do movimento Acorda Brasil, fazendo menção ao boneco de Lula vestido como presidiário.
Longe dos microfones, porém, os coordenadores dos grupos reconheciam que o ato era menor do que o esperado por tratar de temas áridos para a maioria da população e por não ter como alvo um inimigo comum, como foi nos protestos anteriores. “Se o Temer tivesse feito alguma coisa mais forte para pedirmos a cabeça dele. Ou o Lula, para pedir a prisão. O governo federal até tirou o pé nas ações contra a Lava Jato para não insuflar [a manifestação]. Não tem um inimigo comum nem um grito de guerra. E esses assuntos são chatos”, disse o representante de um movimento.
Além das três reivindicações principais, os grupos também pleiteiavam pautas específicas. O MBL, por exemplo, defendia propostas alternativas de reformas da previdência e trabalhista. “Quem acha que a CLT é um lixo aqui, levanta a mão”, gritou Arthur Moledo, do MBL, sendo correspondido pelo público. O Nas Ruas pediam o fim do Estatuto do Desarmamento com o mote “Armas pela Vida”
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Sem políticos
Apesar de terem como alvo principal o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem representaram com fisionomia de vampiro, os manifestantes vestidos de verde e amarelo entoaram gritos contra os políticos em geral. Os mais citados foram os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Eunício Oliveira (PMDB-CE), ex e atual presidente do Senado. “Quem estava na rua para derrubar a Dilma agora voltou para tirar todos os políticos corruptos”, afirmou Kim Kataguiri, coordenador do MBL. “Se a Lava Jato não tirar, nós vamos tirar todos eles do poder”, exclamou Rogério Chequer, líder do Vem pra Rua.
Em atos anteriores, políticos que eram da oposição a Dilma e agora fazem parte da base de Temer chegaram a discursar em carros de som e foram bastante assediados pelos manifestantes. Neste domingo, eles eram figuras raras. Os únicos que vieram foi o deputado Major Olimpio (SD-SP). que pediu “cadeia para todo mundo” em cima do trio; e o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), que foi aclamado como candidato a presidente em 2018 e distribuiu selfies para o público.
Assim como nos últimos atos, os grandes ídolos foram o juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, que foram representados em máscaras e cartazes. “A Justiça tem nome: Moro” e “Somos todos Moro” diziam deles. Com um forte esquema de segurança, o boneco do Lula presidiário, o Pixuleco, que já foi furado em diversas ocasiões, foi inflado e uma longa faixa pedindo o fim do foro privilegiado percorreu a Avenida.
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VEJA Mercado – terça, 12 de novembro
As pistas do governo Lula sobre cortes de gastos e entrevista com André Perfeito
As bolsas europeias e os futuros americanos são negociados em baixa na manhã desta terça-feira, 12. Os integrantes do governo Lula estão dando algumas pistas sobre o famigerado pacote de cortes de gastos que chegou a terceira semana de discussão. Em conversa com jornalistas, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que vai apoiar as propostas e que existe um total alinhamento dentro do governo em relação ao assunto. Já Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento Social, afirmou que a eficiência e o combate a fraudes em programas sociais já fizeram as despesas previstas de 175 bilhões este ano caírem para 168 bilhões — podendo chegar a 166 bilhões em 2025. O presidente Lula afirmou em entrevista à RedeTv que vai “vencer” o mercado e que “eles falam muita bobagem”. O fato é que o setor público voltou a registrar um déficit de pouco mais de 7 bilhões de reais em setembro. O clima na Faria Lima não é dos melhores. O Ibovespa ficou estagnado e o dólar subiu para os 5,76 reais. Um curioso “efeito Trump” tem interferido nos mercados. O bitcoin ultrapassou a marca dos 82 mil dólares e bateu sua nova máxima história diante impulsionado pelo apoio do presidente eleito aos ativos digitais e pela expectativa de um Congresso composto por legisladores favoráveis ao setor cripto. Já os analistas do UBS-BB cortaram as recomendações para as ações da mineradora Vale diante de um enfraquecimento nos preços do minério de ferro por causa das prováveis retaliações que a China deve sofrer dos EUA no governo Trump. Diego Gimenes entrevista o economista André Perfeito.
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