Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

Museu Nacional após tragédia: ajuda internacional e pesquisas retomadas

Instituição se organiza para retomar atividades após incêndio que destruiu boa parte do acervo e do prédio histórico na Quinta da Boa Vista

Por Redação
Atualizado em 5 set 2018, 14h52 - Publicado em 5 set 2018, 08h54
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Motivo de comoção pelo mundo, o Museu Nacional começa a se reorganizar após o incêndio que destruiu boa parte de seu acervo no domingo e consumiu o histórico prédio principal, que continua interditado pela Defesa Civil municipal, por causa dos riscos de desabamento na parte interna.

    Segundo a vice-diretora da instituição, Cristiana Serejo, museus e instituições científicas do Brasil e de outras partes do mundo estão oferecendo peças para recompor o acervo perdido. Itens do próprio Museu Nacional que estavam cedidos a outras instituições também estão sendo requisitados. Segundo Cristiana, a ajuda internacional seria o ponto de partida para a recuperação do museu. O governo da França já se colocou à disposição para ajudar.

    Um dia e meio depois do incêndio, algumas atividades de pesquisa já foram retomadas no Horto Florestal, dentro da própria Quinta da Boa Vista, onde estavam algumas coleções que foram poupadas, como a de vertebrados, invertebrados, botânica, além de uma biblioteca de 500.000 exemplares, que reúne alguns exemplares raros. O acervo do museu reunia mais de 20 milhões de itens.

    “Fizemos uma reunião com os funcionários hoje cedo e já estamos nos reorganizando nessa parte do Horto, que comporta mais gente e algumas coleções”, explicou Cristiana. “As pós-graduações estão sendo realocadas lá, o museu está se reorganizando para recuperar a pesquisa.”

    Continua após a publicidade

    Cristiana contou que um fóssil de baleia que já pertencia ao museu deve ser devolvido. Acervos de insetos, por exemplo, foram oferecidos como doação, bem como de peças indígenas. “Vamos manter a pesquisa, o ensino e a extensão”, disse a diretora. “Estamos vivos aqui no museu.”

    Algumas poucas peças foram recuperadas dos escombros, como um quadro do marechal Rondon, alguns meteoritos, dois vasos de cerâmica e fragmentos de fósseis humanos.

    Os fragmentos de um crânio achados no Departamento de Paleontologia deram esperanças aos pesquisadores de que poderia se tratar de Luzia, o fóssil mais antigo já achado nas Américas, de cerca de 12.000 anos. O fóssil é precioso, porque foi responsável por mudanças significativas nas teorias de ocupação humana do continente. Entretanto, alertou Cristiana, o departamento de paleontologia tinha centenas de fósseis humanos. “A gente não sabe dizer se é o crânio de Luzia, temos que avaliar”, explicou. “Os escombros são muito grandes, especialistas têm que analisar para darmos uma informação correta. Mas, claro, sempre temos esperança.”

    Continua após a publicidade

    A vice-diretora explicou ainda que uma empresa especializada deve ser contratada para ajudar no trabalho de arqueologia que deverá ser feito para a busca de peças em meio aos escombros do incêndio. “É um trabalho de arqueologia, não é algo que possa ser feito com uma escavadeira”, lembrou.

    Investigação

    Militares fazem a segurança na Quinta da Boa Vista e traçaram um cerco nos arredores do Museu Nacional para impedir eventuais saques aos escombros do incêndio. Técnicos da Polícia Federal também estiveram vistoriando os escombros em busca de dados que possam determinar as causas do incêndio. O Museu Nacional do Rio de Janeiro não contava com brigada de incêndio nem com seguro para o acervo.

    (Com Estadão Conteúdo)

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 9,98 por revista)

    a partir de 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.