‘Não bebam Belorizontina’, diz diretora de cervejaria investigada
Cervejaria Backer está sendo investigada após substância tóxica vitimar ao menos oito pessoas em Minas Gerais; duas morreram
A diretora de marketing da cervejaria Backer, Paula Lebbos, pediu nesta terça-feira (14) aos consumidores que não bebam a cerveja Belorizontina até o fim das investigações para descobrir a origem das substâncias tóxicas encontradas em lotes da bebida. Ao menos oito pessoas foram acometidas por uma síndrome nefroneural (que afeta rins e sistema nervoso), provocada por contaminação de dietilenoglicol, substância detectada em garrafas da Belorizontina.
“O que eu preciso agora é que não bebam Belorizontina, qualquer que seja o lote”, disse a diretora em coletiva de imprensa na capital mineira, onde fica a fábrica de bebidas.
“A policia e as autoridades constataram que houve algum problema aqui dentro, que eles estão investigando”, disse a diretora. Ela também afirmou que as substâncias tóxicas, dietilenoglicol e monoetilenoglicol, encontradas nas cervejas consumidas pelas vítimas fazem parte do processo de fabricação da bebida, o que havia sido negado pela empresa em um primeiro momento.
Nesta terça-feira, foi confirmada a morte da segunda vítima. A Secretaria Municipal de Saúde de Pompéu, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, informou que uma moradora do município morreu com sintomas de uma síndrome nefroneural.
Em nota, a secretaria explicou que a vítima esteve em Belo Horizonte a passeio entre os dias 15 e 21 de dezembro na casa de parentes no bairro Buritis, região oeste de Belo Horizonte, e, segundo a família, consumiu a cerveja Belorizontina.
A maioria das vítimas identificadas pelo governo mineiro compraram a cerveja no bairro de Buritis, na capital mineira. Segundo a Polícia Civil, o produto também foi adquirido nos bairros Lourdes, Cidade Nova, Cruzeiro, e Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Todas as unidades dos lotes contaminados estão sendo recolhidas, após determinação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
O Instituto de Criminalística da Polícia Civil de Minas Gerais aponta que ao menos três lotes da Belorizontinaindicaram a presença de dietilenoglicol, tanto de amostras recolhidas na casa de pacientes, como no depósito da empresa. São eles: L2-1354, L1-1348 e L2-1348. Uma das linhas de apuração é uma possível sabotagem, já que um supervisor da empresa registrou um boletim de ocorrência por ameaça de morte contra um ex-funcionário no dia 19 de dezembro do ano passado.