‘Não julguem nosso filho’, pede mãe de vítima de atirador
João Pedro, de 13 anos, supostamente teria praticado bullying contra atirador; mãe diz estar 'despedaçada' e pede também respeito ao luto da família
A mãe de uma das duas vítimas do atirador de Goiânia fez uma homenagem e um pedido público em rede social neste sábado. Barbara Melo, mãe do menino João Pedro Calembo, de 13 anos, publicou, neste sábado à tarde, uma foto em que aparece ao lado do filho, junto com um texto em que comenta a tragédia.
“Não julgue o nosso filho, a nossa família, pelas notícias que você tem lido. Nós e a escola sabemos que não foi assim. Somos pais presentes, disponíveis, empenhados na educação dos nossos 3 filhos. Respeitem nosso luto, somos humanos, falhos, gente que tenta acertar todos dias”, diz Barbara em post no Instagram.
O crime aconteceu na manhã desta sexta-feira no Colégio Goyases, em Goiânia. Um estudante de 14 anos, cuja identidade não foi revelada, atirou contra os colegas de sala João Pedro e João Vitor Gomes, que morreram no local. Outros quatro adolescentes ficaram feridos com os disparos, três em estado grave. O atirador foi detido pela Polícia Militar de Goiás e está apreendido na Delegação de Repressão e Apuração de Atos Infracionais.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Luiz Gonzaga Júnior, o atirador teria relatado que, supostamente, sofria bullying de João Pedro e que por isso havia escolhido o colega de sala como uma de suas vítimas. João Vitor seria seu amigo.
“A vida e suas reticências… Não vou reclamar meu Papai do Céu… Apenas aceitarei seus propósitos. Não entendo, nunca vou entender. Não quero buscar explicações. O Senhor apenas me emprestou o João Pedro pelos melhores 13 anos da minha vida”, escreveu Barbara ao começar o post. “Meu príncipe foi morar num lugar onde não há choro, tristeza ou dor. Nosso filho querido, amado, responsável por natureza…. Amamos vc eternamente! Estou despedaçada, mas o Senhor, no tempo dEle, me restaurará”, completa a mãe de João Pedro.
Mais cedo, o pai de João Pedro disse que já havia perdoado o atirador. “Foi uma fatalidade.”