Pesquisas indicam ‘fake news’ desde a campanha de 2014, diz Ortellado
Segundo o professor da USP Pablo Ortellado, muitos elementos que se veriam na campanha dos Estados Unidos, em 2016, já estavam no Brasil em 2014
Por Da Redação
Atualizado em 10 dez 2018, 09h17 - Publicado em 24 abr 2018, 15h49
A jornalista e colunista Dora Kramer entrevista Pablo Ortellado, professor e filósofo, durante o fórum Amarelas ao Vivo em São Paulo - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
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Fazendo um histórico das notícias falsas no mundo, o coordenador do Monitor do Debate Político no Meio Digital e professor da Universidade de São Paulo (USP), Pablo Ortellado revelou que, ao contrário do que se pensava, novas pesquisas indicam que o Brasil pode ter sido, na verdade, a “vanguarda” das fake news: muitos dos elementos que se veriam na campanha dos Estados Unidos, em 2016, e em outras votações pelo mundo, já estavam no país em 2014.
“Teve guerra suja. Nós tivemos robôs, contas falsas, fábrica de rumores. Um princípio de notícias falsas”, explicou. Para o pesquisador, a notícia se divulga mais “porque a notícia falsa se adequa perfeitamente aos aspectos da opinião”.
1/32 O diretor de redação de VEJA, André Petry, abriu a segunda edição do fórum Amarelas ao Vivo, que ocorreu nesta terça 24, em São Paulo - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA)
2/32 Com o tema "Como as redes sociais e as fake news afetarão as eleições, o Brasil e você", o Amarelas ao Vivo teve como primeiro entrevistado do dia Luiz Fux, ministro do STF e presidente do TSE - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA)
3/32 Luiz Fux, ministro do STF e presidente do TSE, foi entrevistado pelo redator-chefe de VEJA Policarpo Junior - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA)
5/32 Um dos alvos preferidos de fake news, o ministro do STF Gilmar Mendes foi o segundo entrevistado do dia no fórum Amarelas ao Vivo - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA)
6/32 O ministro do STF Gilmar Mendes foi entrevistado pelo diretor de redação de VEJA, André Petry - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA)
9/32 O consultor político equatoriano Jaime Durán Barba falou sobre a estratégia digital da campanha presidencial de Mauricio Macri, na Argentina - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
10/32 Jaime Durán Barba foi entrevistado pela redatora-chefe de VEJA Thaís Oyama - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA)
12/32 Um dos responsáveis pela campanha vitoriosa de Emmanuel Macron à Presidência da França, o estrategista político Guillaume Liegey foi um dos entrevistados do fórum Amarelas ao Vivo em São Paulo - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA)
13/32 Liegey foi entrevistado pelo colunista de VEJA Ricardo Noblat - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
15/32 O jornalista Ricardo Boechat foi entrevistado sobre a relevância do jornalismo profissional no combate às fake news - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA)
16/32 Ricardo Boechat foi entrevistado pelo redator-chefe de VEJA Fábio Altman - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
21/32 "Como os boatos atingem o caixa da sua empresa" foi o tema da entrevista do publicitário Nizan Guanaes no Amarelas ao Vivo - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
22/32 Nizan Guanaes, fundador do Grupo ABC, foi entrevistado pelo redator-chefe de VEJA e titular da coluna Radar, Mauricio Lima - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
24/32Coordenador do Monitor do Debate Político no Meio Digital e professor da Universidade de São Paulo (USP), Pablo Ortellado foi entrevistado sobre o quanto as redes sociais irão impactar as eleições - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
25/32 Pablo Ortellado falou com a colunista de VEJA Dora Kramer - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
27/32 Na segunda edição do fórum Amarelas ao Vivo, o infectologista David Uip foi entrevistado sobre o veneno das notícias falsas sobre saúde - 24/04/2018 (Antonio MIlena/VEJA.com)
28/32 Uip foi entrevistado pela editora de VEJA Adriana Dias Lopes- 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA)
30/32 Acioli Cancellier de Olivo falou sobre o suicídio do irmão, o ex-reitor da UFSC, Luiz Carlos Cancellier de Olivo - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
31/32 Acioli Cancellier de Olivo falou com o colunista de VEJA Augusto Nunes - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
O professor da USP também indicou que levantamentos mostram que o público que mais tradicionalmente compartilha notícias falsas são cidadãos acima dos 40 anos, de classe média tradicional e com escolaridade superior.
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Ortellado foi entrevistado pela colunista de VEJA Dora Kramer nesta terça durante o fórum Amarelas ao Vivo, versão em palco das tradicionais Páginas Amarelas da publicação.
Pioneiro no estudo das notícias falsas compartilhadas nas redes sociais, ele afirma que parte do problema se explica, porque os cidadãos se veem “como soldados em uma guerra de informação”. Em uma sociedade polarizada, apoiadores, de um lado ou de outro, reproduziriam fake news como uma forma de militância política no mundo digital.
Complementando o fenômeno, a divisão entre dois pólos, que ele enxerga como “o antipetismo” e “a esquerda”, reduz a capacidade crítica e a própria disposição em desmentir algo que favoreça a posição que combine com a do indivíduo que compartilha as fake news. “Estamos excessivamente apaixonados politicamente. E quando estamos assim, a nossa capacidade crítica cai, e essa é a natureza da problema no meu entender”, argumentou.
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Reação
O professor Pablo Ortellado se diz pouco otimista sobre o combate às notícias falsas nas eleições de 2018. Na sua visão, a jurisdição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abarcará majoritariamente as páginas oficiais dos candidatos, deixando de fora “o ecossistema de sites vinculados”. “A parte mais complicada não vai se dar nas páginas dos candidatos, mas sim nas páginas que produzem conteúdo, em formato noticioso e alinhado aos princípios ideológicos dos candidatos. Os sites que produzem esse conteúdo para o jogo político”.
Diante do impasse, o pesquisador avalia que existam apenas duas saídas: “Ou criminalizamos e penalizamos a produção e difusão, e isso é extremamente perigoso porque concederia ao estado o poder de dizer qual notícia pode e qual não pode, ou o caminho é o debate público, a regulamentação suave das plataformas, cobrando transparência delas e dos gastos das campanhas eleitorais”.
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