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O elo entre políticos do Ceará e facção Guardiões do Estado

Organização criminosa ficou nacionalmente conhecida em 2017, quando promoveu a maior chacina já registrada na história do Estado, com 14 execuções

Por Ricardo Chapola
18 jan 2025, 21h19

Um inquérito da Polícia Federal (PF) que investiga denúncias de desvio de recursos de emendas parlamentares e compra de votos no Ceará durante as eleições do ano passado reuniu evidências de conexões entre a política e a a facção Guardiões do Estado (GDE), uma das principais organizações criminosas que atuam no Nordeste.

Os investigadores ainda não sabem exatamente a dimensão desse elo, mas, para eles, o que foi descoberto já mostra o nível de infiltração do crime organizado na política municipal. O GDE ficou conhecido nacionalmente em 2017, quando promoveu a maior chacina já registrada no Ceará, com a execução de 14 pessoas. O grupo controla rotas do tráfico de drogas na região  e mantém “tribunais” nos presídios que decidem quem vive e quem morre.

As suspeitas dessa conexão surgiram no âmbito de investigações que apuram suspeitas de que o deputado federal Júnior Mano (PSB) estaria financiando campanhas políticas em 50 cidades cearenses a partir do desvio de recursos de emendas parlamentares. Segundo a PF, prefeituras direcionavam licitações para empresas controladas por amigos do deputado e parte do dinheiro destinado a obras era canalizado para financiar campanhas políticas.

Em Canindé, a 120 quilômetros de Fortaleza, o grupo chefiado por Júnior Mano elegeu o prefeito Professor Jardel (PSB). A polícia acredita que houve compra de votos no município e aponta Carlos Alberto de Queiroz Pereira, conhecido como Bebeto do Choró, amigo do parlamentar, como agenciador do negócio. Durante as eleições, adversários de Professor Jardel procuraram a polícia para denunciar que estavam recebendo ameaças anônimas. As intimidações partiam de uma mulher que chefiava o comitê eleitoral de Professor Jardel, uma conhecida traficante de drogas ligada aos GDE.

“Além disso, também foi amplamente divulgado dentro do distrito fotos com o número do referido candidato e a frase ‘sou GDE 7.4.5 e voto 40’, em alusão à facção criminosa GDE”, diz um trecho do documento elaborado pela Polícia Militar do Ceará, anexado ao inquérito que, por envolver um deputado, foi remetido ao Supremo Tribunal Federal (STF).

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No mesmo documento, a PM informa que a mulher é ligada a Bebeto do Choró, de quem, inclusive, ganhou um carro por convencer parentes da família a votar no Professor Jardel. Procurado, Mano disse que o inquérito está sob sigilo e que não iria se manifestar.

Disputa territorial

Especializado em estudar  facções criminosas, o professor de sociologia da Universidade Federal do Ceará e pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV) Luiz Fábio Silva Paiva disse que a aproximação do crime organizado com a política é resultado da disputa por territórios. “Esses grupos não controlam apenas a venda de drogas, mas também os negócios legais. Isso faz com que a facção tenha integrantes que funcionam como figuras respeitadas, influentes eleitoralmente”, afirmou.

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