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O que se sabe até agora sobre a origem do metanol que contaminou bebidas em SP

Polícia Civil acredita ter encontrado de onde partiu a substância responsável pelas contaminações identificadas no estado, mas a investigação continua

Por Anna Satie 21 out 2025, 14h11

Pouco menos de um mês depois da confirmação da primeira morte em decorrência de intoxicação por metanol em São Paulo, as autoridades têm fechado o cerco sobre postos que vendem combustível adulterado, apontados como a origem da contaminação. 

Com seis óbitos confirmados, o estado é o epicentro da crise, que já pôde ser sentida no faturamento de bares e restaurantes. Segundo a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), as vendas do setor caíram 4,9% em todo o país em setembro na comparação com o mês anterior — no estado de São Paulo, a queda foi de 2,7%. Para o presidente da associação, Paulo Solmucci, houve pânico entre os consumidores e uma subsequente queda na movimentação que contribuiu para esse resultado.

Até o momento, houve 64 prisões relacionadas ao caso, segundo o governo paulista. No fim da semana passada, a Polícia Civil identificou dois postos de combustível na região metropolitana da capital — um em São Bernardo do Campo e outro em Santo André –, suspeitos de venderem etanol adulterado com metanol. Esses estabelecimentos, que pertencem à mesma família, teriam fornecido a substância tóxica para uma fábrica clandestina de bebidas alcóolicas. A mulher apontada como responsável foi presa no último dia 10.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, foi dessa fábrica que partiu a bebida que matou a primeira vítima do metanol no estado, um empresário de 54 anos, morador da zona leste da capital. Os investigadores chegaram ao local com ajuda do dono do bar frequentado pelo homem, que confessou ter comprado garrafas de uma distribuidora não autorizada. O nome do estabelecimento não foi divulgado.

A suspeita é que esse esquema seja responsável por todos os casos em São Paulo. “O primeiro ciclo foi fechado. Vamos continuar as diligências para identificar a origem de todas as bebidas adulteradas no estado”, disse o delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Artur Dian.

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No país

No âmbito federal, a investigação tem um escopo mais amplo. A Receita e a Polícia Federal, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a ANP (Agência Nacional do Petróleo e Biocombustível) fizeram na semana uma operação mirando empresas do setor sucroalcooleiro, importadores, terminais marítimos, empresas químicas, destilarias, usinas e fábricas clandestinas. A intenção é descobrir de onde está vindo o metanol usado pelos postos para adulterar os combustíveis. 

A operação da semana passada, batizada de Alquimia, é um desdobramento direto de outra, que começou em agosto, chamada de Carbono Oculto. Nessa, os investigadores miravam como o setor de combustíveis estava sendo usado para financiar o crime organizado no país. Além de lavar o dinheiro criminoso, o esquema também gerava lucros com sonegação e adulteração dos produtos vendidos. 

Semanas após a deflagração da Carbono Oculto, considerada pela Receita como a maior operação contra o crime organizado da história do país, começaram a aparecer os primeiros casos de contaminação em São Paulo. Segundo o governo do estado, até o momento foram confirmadas 57 intoxicações. Outras dezenove seguem em investigação.

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Intoxicação por metanol: como se prevenir

O metanol é uma substância altamente tóxica, parecida com o etanol em cheiro e sabor. Os sinais de intoxicação aparecem entre 6 horas e 72 horas após a ingestão, e os sintomas podem ser confundidos com uma ressaca: dor de cabeça, tontura, náusea e vômitos. Em caso de suspeita, as autoridades orientam buscar um serviço de saúde imediatamente.

Para se prevenir, as orientações do governo paulista são:

  • Procure estabelecimentos conhecidos ou dos quais tenha referência;
  • Desconfie de preços muito baixos: no mínimo podem indicar alguma falha como sonegação e adulteração, por exemplo;
  • Observe a apresentação das embalagens e o aspecto do produto: lacre ou tampa tortos ou “diferentes”, rótulo desalinhado ou desgastado, erros de ortografia ou logos com “variações”, ausência de informações como CNPJ, endereço do fabricante ou distribuidor, número do lote, e outra imperfeição perceptível.
  • Ao notar alguma diferença, não fazer testes caseiros como cheirar, provar ou tentar queimar a bebida: essas práticas não são seguras nem conclusivas.
  • Fique atento a sintomas pós-consumo: visão turva, dor de cabeça intensa, náusea, tontura ou rebaixamento do nível de consciência, isso pode indicar intoxicação por metanol ou por bebida adulterada.
  • Busque atendimento médico imediato: se houver qualquer sintoma suspeito, o consumidor deve procurar urgência médica sem demora.
  • Comunique as autoridades competentes: Disque-Intoxicação (0800 722 6001, da Anvisa) para orientação clínica/tóxica; Vigilância Sanitária local (municipal ou estadual); Polícia (civil); Procon (órgão de defesa do consumidor); quando aplicável, outros órgãos relacionados (Ministério da Agricultura, etc.).
  • Exija sempre a nota fiscal ou comprovação de origem: os documentos precisam ter todas as informações de identificação do fornecedor e da compra. Isso ajuda na rastreabilidade do produto e é uma garantia para o consumidor em eventual reclamação.
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