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O retrato da violência do Rio, em um quadro na Fiocruz

Referência em pesquisa e desenvolvimento de vacinas convive com rotina de violência e expõe balas que atingiram suas instalações

Por Lucas Mathias Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Ludmilla de Lima Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 fev 2025, 12h55 - Publicado em 12 fev 2025, 12h18

Situada em um território cercado por favelas na Zona Norte do Rio de Janeiro, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) registrou, apenas nos primeiros quinze dias deste ano, cinco trocas de tiro em um raio de 1 quilômetro de seu principal campus. Ao longo de 2024, foram 39 tiroteios no entorno, demarcado pelos complexos de Manguinhos e da Maré, e às margens da Avenida Brasil, principal via expressa da capital fluminense. Retrato do medo que atinge diariamente os mais de 10.000 funcionários que trabalham ali, entre professores, pesquisadores e terceirizados, um quadro feito pela administração da entidade reúne todas as balas encontradas em seu perímetro desde 2009. 

Ao todo, são mais de 120 projéteis, guardados em pequenos sacos plásticos transparentes que demarcam cada ocasião em que os disparos atingiram a estrutura da Fiocruz. Como mostrou VEJA, a instituição tem visto escalar nos últimos meses os momentos de tensão, em meio a sucessivas operações policiais contra o tráfico de drogas na região. A gota d’água veio no início de janeiro, quando uma dessas ações culminou com a fuga de criminosos para dentro do campus BioManguinhos, a sede da fundação, onde fica o centenário Castelo Mourisco, construção em processo para virar Patrimônio da Humanidade pela Unesco. O episódio terminou com uma troca de tiros entre fugitivos e policiais, alguns à paisana, no caminho por onde passam os trabalhadores dali

A direção da Fiocruz calcula que, das centenas de edificações da instituição — que também tem um campus às margens da Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio — , 90% já foram atingidas por um disparo. A situação fica ainda mais crítica porque em BioMaguinhos, além dos trabalhadores, também circulam alunos, pacientes atendidos por um centro de saúde e por um hospital com 120 leitos, visitantes do Museu da Vida e cerca de 200 crianças, filhos de funcionários que estudam em uma creche no local. 

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O Castelo Mourisco, sede da Fiocruz, localizado no campus BioManguinhos, na Zona Norte do Rio (Econt/ Wikimedia Commons/.)

Não à toa, prédios mais recentes no local foram construídos com blindagem ou reforço em suas estruturas. O planejamento é fazer o mesmo com aqueles que ainda serão erguidos, como um edifício-garagem. Planos de contingência para situações de violência foram traçados e incluem locais seguros para abrigo e rotas de fuga.  

Tamanho desafio para a rotina de quem trabalha ali tem preocupado a direção da Fiocruz, que busca contato com as autoridades para reforçar a segurança no local. As tentativas junto ao governo do Rio para maior cooperação, contudo, não têm surtido efeito. E, mais recentemente, por meio do Ministério da Saúde, foi solicitado reforço de agentes da Polícia Federal. Fato é que, se todas as balas que chegaram até a fundação cabem (e completam) em um quadro, o sinal é de que algo precisa ser feito.

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