As forças de segurança do Rio de Janeiro já apreenderam neste ano 2037 armas em operações contra traficantes, segundo os dados mais recentes divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do estado. Desse total, 239 eram fuzis. Somente na capital, foram 764 armas, dentre as quais 168 fuzis.
Parece um número extraordinário. No ano passado, a polícia apreendeu 6281 armas em todo o Estado – 610 delas eram fuzis. Um terço desse arsenal foi capturado na capital: 2215 armas, sendo 376 fuzis.
O setor de inteligência, no entanto, sabe que isso é apenas uma pequena parte do poderio bélico do crime organizado. A estimativa é que a polícia apreende hoje apenas 2% do que seria o volume de armas em posse dos criminosos. Acredita-se ainda que haja cerca de 100 mil bandidos armados em todo o Estado.
Empresários pedem mais segurança
Nesta semana, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) realizou uma nova operação contra o tráfico de drogas no Complexo da Maré. Houve troca de tiros, a prisão de 24 pessoas e a morte de outras três. A polícia apreendeu com os criminosos 11 fuzis, cinco pistolas, uma espingarda, além de uma metralhadora capaz de abater aviões.
O governo do Rio foi intimado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dar explicações sobre a ação policial. O ministro Edson Fachin atendeu a um pedido do PSB e da Defensoria Pública do estado. A Corte determinou que os policiais que participarem de operações como as da Maré devem necessariamente usar câmeras corporais. O magistrado quer saber se a norma foi cumprida.
A determinação do STF tem mobilizado empresários e a uma parte da bancada do Estado . Há um entendimento entre eles de que a norma dificulta operações nas comunidades e tem contribuído para o aumento da violência no Estado.
No mês passado, empresários fluminenses estiveram em Brasília para pedir aos parlamentares apoio a medidas de reforço à segurança. O tema deve dominar os debates eleitorais de agora em diante.