A prefeitura de São Paulo anunciou o prazo de seis meses para realização das obras de recuperação do viaduto que sofreu ruptura parcial na interligação da pista expressa na Marginal Pinheiros, próximo à Ponte do Jaguaré, na zona oeste da cidade.
A decisão emergencial foi publicada no Diário Oficial do município, que contratou a empresa JK Engenharia e Comércio com dispensa de licitação devido a “extrema gravidade da situação”. O valor do contrato não foi divulgado e terá validade de 180 dias. A empresa é do ex-diretor de Obras da Prefeitura Edward Boretto.
No dia 15 deste mês, o viaduto cedeu cerca de 2 metros após um abalo na estrutura, e interrompeu o trânsito na segunda via mais importante da capital paulista.
Outros viadutos da capital precisam de manutenção imediata. A prefeitura tem conhecimento de problemas em pelo menos 73 estruturas desse tipo. São locais no centro expandido que têm infiltrações, armações metálicas expostas e rachaduras.
O relatório sobre pontes e viadutos é do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco), após vistorias em 2017.
É a mesma entidade que, há 11 anos, fez o estudo que serviu de base para o Ministério Público Estadual assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a prefeitura para estruturar uma manutenção preventiva permanente — o que não foi cumprido e acabou na Justiça, com cobrança de multa.
Questionada sobre o levantamento, a prefeitura disse que foram escolhidos, com base no documento, 33 viadutos e pontes que requerem atenção especial. Foi aberta este mês a contratação de vistoria nesses locais.
A determinação do prefeito Bruno Covas (PSDB), conforme a administração, foi de elaborar laudo estrutural de 185 pontes e viadutos da cidade, “por entender que as vistorias visuais são insuficientes”, antes de tomar medidas. A ideia é ampliar o contrato para inspecionar todas as 185 estruturas.
Trânsito
Por volta das 9h desta sexta-feira, a cidade registrava 135 quilômetros de congestionamento, a maior parte, 61 Km, na zona sul, região mais prejudicada pelo bloqueio.
Um dos pontos problemáticos é a região da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Cegaesp), onde a circulação de veículos salta de 12 mil para 26 mil ao dia, devido às compras do Natal e Ano Novo. A abertura dos portões para os caminhões foi antecipada em três horas, passando a abrir à meia-noite.
A entrada de mercadorias no domingo foi antecipada, passa a ser a partir das 20h (antes era às 2h). Duas novas entradas foram criadas, ampliando de cinco para 11 o número de faixas de acesso de caminhões.
Os taxistas que trabalham com a plataforma SPTaxi vão oferecer 40% de desconto em corridas que tenham origem ou destino a área afetada pela interdição. A prefeitura se comprometeu em criar bolsões de estacionamento para facilitar o embarque e o desembarque dos passageiros de táxi em trechos críticos.
(com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)