Pai de atirador de GO diz que não sabia que filho sofria bullying
Em depoimento à polícia, major afirma que balas utilizadas pelo garoto na escola ficavam trancadas em uma gaveta e que ele nunca ensinou o menino a atirar
O major da Polícia Militar de Goiás pai do garoto de 14 anos que disparou contra colegas na sexta-feira, 20, no colégio Goyases, em Goiânia, deixando dois mortos, depôs na Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depai) na manhã desta segunda-feira. Segundo a TV Anhanguera, o policial disse que não sabia que o filho sofria bullying na escola, como o menino relatou em seu depoimento.
O pai também descartou que ele ou a mãe do adolescente, que também é policial militar e é a dona da arma utilizada no tiroteio, tenham ensinado o filho a atirar ou que o garoto manifestasse alguma atenção especial pela arma, que, de acordo com o major, ficava em cima do guarda-roupa do casal e separado da munição, que era trancada em uma gaveta. Segundo a TV Anhanguera, o policial disse não saber como o filho teve acesso aos projéteis.
O menino continua isolado na Depai, aguardando a audiência com o Juizado da Infância e da Juventude. Na própria sexta-feira, a juíza plantonista Mônica Cézar Moreno Senhorello acatou o pedido do Ministério Público de Goiás (MP-GO) e determinou a internação do menino por 45 dias.
Os tiros disparados pelo garoto mataram João Pedro Calembo e João Vitor Gomes, ambos de 13 anos, e deixou feridos outros quatro colegas – um menino, que já teve alta, e três meninas, que permanecem internadas. Em depoimento na própria sexta-feira, o filho do major disse que atirou para se vingar do bullying que sofria dos colegas.
Apontado como o responsável pelas brincadeiras com o garoto, João Pedro Calembo foi defendido pela mãe, Bárbara Mello, em uma postagem de uma foto com o garoto. “Não julguem nosso filho“, escreveu ela na legenda da publicação.