Paralisação de caminhoneiros afeta atendimento hospitalar
Confederação Nacional de Saúde pede aos manifestantes que permitam a passagem dos veículos que transportam materiais médicos prioritários
A paralisação de caminhoneiros em todo o país começa a afetar os atendimentos hospitalares, inclusive as urgências e emergências. Segundo a Confederação Nacional de Saúde (CNS), em alguns locais estão faltando produtos como gás medicinal, material anestésico, medicamentos e insumos para tratamento de água.
Em nota, a entidade pede aos manifestantes que bloqueiam as estradas em todos os estados do país que permitam a passagem dos veículos que transportam materiais médicos prioritários.
“A confederação não se opõe a nenhuma manifestação. Entretanto, alerta que, caso esse apelo não conte com a compreensão dos senhores, os problemas no abastecimento de insumos essenciais vão aumentar”, destacou o texto.
Na nota, a entidade defende ser imprescindível que a reivindicação dos caminhoneiros não coloque em risco a saúde do cidadão. De acordo com o presidente da Federação Brasileira de Hospitais, Luiz Aramicy Bezerra Pinto, a situação já é crítica em Curitiba, Fortaleza, João Pessoa, no Recife e Rio de Janeiro.
“Os hospitais de várias capitais estão no limite dos estoques de oxigênio. Acho que se não tivermos uma solução até o fim do dia, enfrentaremos uma situação crítica”, disse Aramicy. Segundo ele, a federação já sugeriu aos diretores de hospitais que, caso o abastecimento não seja normalizado nas próximas horas, apenas os pacientes mais graves, emergenciais, sejam internados nas unidades de terapia intensiva (UTI).
Na manhã desta sexta-feira, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) também emitiu comunicado alertando sobre os perigos do desabastecimento de hospitais e clínicas. No texto, a associação destaca que a paralisação prejudica o acesso das pessoas aos centros médicos e impacta negativamente no tratamento de pessoas que precisam de intervenção imediata e contínua, caso de pacientes com câncer.
Sindicato
A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) que representa 700 mil trabalhadores garante instruir os manifestantes a deixarem passar os veículos com medicamentos, cargas vivas, combustível e produtos perecíveis. Nesta quinta-feira (24) a Abcam recusou a proposta apresentada pelo governo federal e manteve a orientação para que os motoristas mantenham a paralisação.
Milhares de caminhoneiros mantêm bloqueios em todos os estados do país e pedem a redução do preço dos combustíveis. Mais cedo, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que não registrou nenhuma desmobilização nas rodovias.