Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Paulo Coelho conta como foi torturado durante a ditadura militar

Artigo publicado no The Washington Post foi em resposta a sugestão de Jair Bolsonaro para que se celebre o dia do golpe de 64

Por da Redação
30 mar 2019, 14h41

Em artigo publicado no The Washington Post nesta sexta, 29, o escritor brasileiro Paulo Coelho descreveu a tortura que sofreu durante a ditadura militar. Autor de O Alquimista, entre outras obras que se tornaram best-sellers internacionais, Paulo Coelho era compositor naquele tempo.

Ele escreve que sua casa foi invadida no dia 28 de maio de 1974 para ser levado ao Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), ser fichado e fotografado. Liberado pouco depois, pegou um táxi. O carro foi fechado por outros dois carros e ele foi  tirado de lá por homens armados. Foi encapuçado e apanhou no carro. Quando permitiram que ele tirasse o capuz, se deu conta de que estava numa sala a prova de som com marcas de tiro nas paredes. A tortura seguiu. Veja um trecho a seguir:

“Depois de não sei quanto tempo e quantas sessões (o tempo no inferno não se conta em horas), batem na porta e pedem para que coloque o capuz. (…) Sou levado para uma sala pequena, toda pintada de negro, com um ar-condicionado fortíssimo. Apagam a luz. Só escuridão, frio, e uma sirene que toca sem parar. Começo a enlouquecer, a ter visões de cavalos. Bato na porta da ‘geladeira’ (descobri mais tarde que esse era o nome), mas ninguém abre. Desmaio. Acordo e desmaio várias vezes, e em uma delas penso: melhor apanhar do que ficar aqui dentro.”

Paulo Coelho deu todos os detalhes sobre o que sofreu e contou ainda que anos mais tarde, quando os arquivos da ditadura foram abertos, ele teve a chance de saber quem o denunciou, mas não quis. “Não vai mudar o passado”, escreve.

O escritor teve a iniciativa de publicar essa história quando o presidente Jair Bolsonaro sugeriu que os quartéis celebrassem o dia 31 de março, data que marca o golpe militar de 1964, e também porque Bolsonaro disse, no Congresso, que Carlos Alberto Brilhante, “um dos piores torturadores”, nas palavras de Paulo Coelho, era seu ídolo.

Com Estadão

Publicidade

Imagem do bloco
Continua após publicidade

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Continua após publicidade

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Continua após publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.