Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Pela primeira vez na história, advogada trans faz defesa no STF

Gisele Alessandra Schmidt atua no processo que discute alterar o gênero no registro civil sem precisar de cirurgia de mudança de sexo

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 21h56 - Publicado em 8 jun 2017, 09h55

Pela primeira vez na História do Brasil, uma advogada transgênero fez uma sustentação oral nesta quarta-feira perante os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A advogada Gisele Alessandra Schmidt representa a ONG Dignidade, que atua no processo que discute a possibilidade de transexuais mudarem seu gênero no registro civil sem a necessidade de realização de cirurgia de mudança de sexo.

“Negar a uma pessoa o direito ao nome e a expressão da sua dignidade é negar o direito de existir. Requer-se a Vossas Excelências, portanto, que não nos neguem esse direito”, declarou Gisele. O plenário do STF voltou a debater o caso, porém o julgamento foi adiado pela segunda vez e os ministros apenas ouviram as posições de advogados. Não há previsão para uma nova análise do processo.

“Como tudo na vida das pessoas trans é extremado, comigo não poderia ser diferente. Esta é a primeira sustentação oral que eu faço nos meus dois anos de advocacia e ela acontece justamente na Suprema Corte do nosso país. Sinto que estou fazendo história, mas se estou aqui é porque sou uma sobrevivente”, disse Gisele, lembrando casos de preconceito e transfobia no país.

Cirurgia

Durante a sua sustentação, a jurista declarou que não realizou a cirurgia para a mudança de sexo por “não considerar que uma parte de seu corpo a define enquanto mulher e por não ter a mínima estrutura ou coragem para realizar um procedimento tão invasivo que poderia colocar a sua vida em risco”.

Ela também defendeu que o “vácuo normativo” no ordenamento jurídico brasileiro sobre a possibilidade de mudança de sexo para pessoas trans as deixa suscetíveis a toda sorte de interferências, condicionamentos e dificuldades para conquistarem o direito da mudança de prenome, o que muitas vezes nem chega a ocorrer ao final dos processos judiciais de acordo da interpretação do magistrado.

Continua após a publicidade

“Muitas vezes se nos permitem mudar o prenome, não nos permitem mudar o designativo de sexo. Temos que obter um laudo médico que ateste termos um transtorno mental. Somos ouvidas pela Justiça, também são ouvidas testemunhas e nossas memórias são escrutinadas através de fotografias que demonstrem ser quem dizemos ser. Tudo para provar que nossa identidade não é um delírio”, afirmou Gisele.

Entenda o caso

Na ação em análise no STF, um transexual recorreu contra decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) da mudança de feminino para masculino na identidade, mesmo sem a cirurgia, desde que constasse também que se tratava de uma pessoa transexual.

No recurso, o transexual diz que a Constituição Federal rechaça preconceitos de sexo e quaisquer outras formas de discriminação. “O que se busca é um precedente histórico de enorme significado e repercussão, não só jurídica, mas também de inegável repercussão social”, diz a peça.

Continua após a publicidade

O TJ-RS, por sua vez, alegou que mandou inserir a condição de transexual seguindo princípios da publicidade e da veracidade dos registros públicos, “pois estes devem corresponder à realidade fenomênica do mundo, sobretudo para resguardo de direitos e interesses de terceiros”.

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.