Mulher de Adriano Magalhães da Nóbrega, chefe de milícia foragido da polícia, Danielle Mendonça da Nóbrega trabalhou até novembro passado como assessora do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro — sem crachá. VEJA apurou que nunca, nos oito anos em que esteve na folha de pagamento da Assembleia do Rio, Danielle recebeu o documento que autorizaria sua entrada no prédio e que todos os outros funcionários são obrigados a usar. O descuido se repetiu com a mãe do miliciano foragido, Raimunda Magalhães. Nomeada em 2015, ela, também segundo os registros da Alerj, só ganhou crachá em 2017. VEJA procurou a assessoria do hoje senador Flávio Bolsonaro para esclarecimentos, mas não obteve resposta.
Em janeiro, quando o Ministério Público deflagrou a operação contra a milícia de Rio das Pedras e o nome de Nóbrega ficou em evidência, Flávio, em nota, afirmou que a indicação de Raimunda fora feita por seu ex-assessor e ex-policial Fabricio Queiroz — aquele enrolado em movimentações financeiras suspeitas, que foi submetido a tratamento contra um câncer de intestino em janeiro e, desde então, sumiu. Flávio não citou Danielle, mas Queiroz, sim: em nota posterior, confirmou que “facilitou” a nomeação das duas porque a família do ex-colega de polícia passava por “grande dificuldade”. Aliás, por falar em Queiroz, o ex-marido da sua mulher, Márcio Gerbatim, foi motorista do gabinete de outro Bolsonaro, o vereador Carlos, por dois anos. De lá foi transferido, em 2010, para a Alerj. Para qual gabinete? Para o de Flávio Bolsonaro.
Publicado em VEJA de 24 de abril de 2019, edição nº 2631
Qual a sua opinião sobre o tema desta reportagem? Se deseja ter seu comentário publicado na edição semanal de VEJA, escreva para veja@abril.com.br