A Polícia Federal prendeu neste sábado, 17, um policial militar da reserva e outros três suspeitos de organizar atos antidemocráticos em Rondônia. A operação Eleutéria, realizada em conjunto com o Ministério Público do estado, mira uma associação criminosa composta por empresários e produtores rurais em Colorado do Oeste.
Cerca de 50 policiais cumpriram quatro mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão. Foram apreendidas nove armas, mais de 500 munições de diferentes calibres e seis celulares. Segundo a PF, alguns dos envolvidos tiveram a licença de CAC (caçador, atirador ou colecionador) suspensa.
As investigações tiveram início em novembro de 2022, após comerciantes, caminhoneiros e autônomos relatarem que foram constrangidos pelos líderes das manifestações e obrigados a aderir aos atos golpistas contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições. Segundo o MP, alguns caminhoneiros tiveram seus veículos retidos nos bloqueios das rodovias por vários dias, estudantes tiveram o acesso às escolas prejudicado e servidores públicos foram coagidos no curso do processo.
“Além disso, foram relatadas diversas situações de pessoas obrigadas a fechar o comércio como forma de apoio à manifestação e pessoas que não puderam abastecer seus veículos livremente, vez que o grupo impediu a passagem de caminhões tanques na cidade, assim como chegou a limitar a quantidade de combustível a ser abastecido por pessoa”, diz o MP.
Os investigados podem responder pelos crimes de associação criminosa, constrangimento ilegal, coação no curso do processo, crimes contra a relação de consumo e contra a atuação do Ministério Público, dentre outros, cujas penas somadas podem chegar a 16 anos de reclusão.