Relâmpago: Digital Completo a partir R$ 5,99

‘Polarização nas universidades é problema pedagógico, não político’, diz especialista

Doutorando em psicologia social, Pedro Franco afirma que professores precisam se unir para incentivar a diversidade de pensamento entre estudantes

Por Ricardo Chapola
20 abr 2025, 12h02

O acirramento dos embates de cunho ideológico dentro das universidades é um fenômeno mundial. No Brasil, um aluno da Universidade de Brasília (UnB), declarado conservador, começou a gravar as aulas na tentativa de provar que os professores querem doutrinar os estudantes para que defendam a cartilha da esquerda e pautas identitárias. A atitude dele gerou confusão no campus, como mostra a nova edição de VEJA. Na Unicamp, em São Paulo, também houve manifestações contra e a favor de uma política de cotas para pessoas trans idealizada pela universidade.

Para Pedro Franco, doutorando em psicologia social com ênfase em educação da Universidade de Columbia (EUA), a polarização continuará gerando transtornos para as instituições de ensino se continuar sendo encarada como um problema meramente político e não pedagógico. “A questão central não é como se despolarizar o campus, mas como proporcionar uma educação de qualidade para alunos e professores que estão tendo cada vez mais dificuldade em discordar, em considerar pontos de vistas diversos”, afirmou Franco em entrevista a VEJA.

Assim como a Universidade de Harvard, Columbia entrou no olho do furacão devido à intensificação de protestos contra Israel e a favor da Palestina em seu campus, o que levou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a suspender o repasse de recursos federais para a entidade e estabelecer uma série de regras para que ela volte a receber o dinheiro.

Sobre a ofensiva de Trump, Franco diz que, nos EUA, os acadêmicos de direita e de esquerda se uniram para criar uma organização, cujo foco é tentar promover a diversidade de pensamento. Iniciativas como essa não existiriam no Brasil porque, segundo ele, uma parte dos professores brasileiros resiste em admitir a existência do viés ideológico em certas universidades.

“Por ai, a direita tenta declarar guerra contra a universidade por se dizer vítima de doutrinação. Do lado da esquerda, a reação é se recusar a admitir que, de fato, existe uma predominância da ideologia de esquerda nas universidades. Admitir que isso é um problema é, de certa forma, visto como uma forma de alimentar a narrativa dos conservadores”, explicou, ao destacar a importância dos docentes na condução desse processo. “Existe, sim, um problema de falta de diversidade ideológica. Existem, muitas vezes, perseguições nas universidades”, concluiu.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.