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Polícia apura se segundo carro foi usado em crime contra Marielle

Direção dos disparos contra veículo que transportava vereadora reforçam hipótese de que ataque foi premeditado

Por Da Redação Atualizado em 16 mar 2018, 10h27 - Publicado em 16 mar 2018, 09h46

Uma execução premeditada, ligada à atividade política da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), é investigada pela Polícia Civil do Rio como hipótese para explicar o assassinato da parlamentar quarta-feira (14). O motivo é que, embora os vidros do automóvel de Marielle estivessem cobertos por película escura, os bandidos pareciam saber exatamente onde ela estava sentada — a vereadora não costumava ir atrás. Foi na direção daquele ponto que os disparos foram feitos. A precisão dos tiros também chamou a atenção dos investigadores.

Segundo a TV Globo, imagens de câmeras mostram que um carro parado por duas horas perto de onde Marielle participava do evento. Esse automóvel teria saído quando o veículo da vereadora deixou o local e dado apoio a um segundo carro usado na ação — a polícia ainda apura o uso dos dois automóveis. A região onde ocorreu o crime tem diversas câmeras de trânsito e de segurança, uma delas posicionada na esquina onde o assassinato ocorreu.

Outra testemunha, alguém que passava pelo local na hora do ataque, também teria prestado depoimento. A arma usada no crime foi uma pistola 9 milímetros, segundo a perícia, que recolheu cartuchos no local do crime. A polícia acredita que o carro foi seguido pelo veículo onde estava o assassino desde que ela saiu da reunião na Lapa.

A possibilidade de ter sido reação das milícias à intervenção chegou a ser repassada ao Palácio do Planalto nesta quinta, mas depois perdeu força. A informação recebida pelo Planalto é de que a principal de linha de investigação é mesmo de execução. O Disque-Denúncia do Rio recebeu na quinta-feira dez telefonemas com informações sobre o crime. O conteúdo não foi divulgado.

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Antes de ser morta, Marielle foi a uma reunião de mulheres negras na Lapa, no centro. Saiu por volta das 21h30, acompanhada de Gomes e da assessora. Elas se sentaram no banco de trás e Gomes ficou no volante. O veículo seguia para a casa de Marielle, na Tijuca, zona norte.

A vereadora a foi morta com três tiros na cabeça e um no pescoço quando ia para casa, de carro, com o motorista Anderson Gomes, de 39 anos, assassinado com três tiros pelas costas. Uma assessora, que estava ao lado de Marielle, sobreviveu e prestou depoimento à polícia.

Até a noite desta quinta-feira (15), a polícia sabia que, na altura da Praça da Bandeira, na Rua Joaquim Palhares, um Chevrolet Cobalt prata emparelhou à direita do veículo em que Marielle seguia. Um dos ocupantes disparou nove vezes contra a parlamentar, atingindo o vidro e parte da porta traseira direita do automóvel. O carro onde estava a vereadora andou mais alguns metros, e os assassinos fugiram. Marielle e Gomes morreram imediatamente. A assessora foi atingida só por estilhaços e prestou depoimento ainda de madrugada, por cinco horas.

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Ajuda federal

A Polícia Federal vai auxiliar a investigação, mas a chefia da apuração fica a cargo da Polícia Civil. A possibilidade de federalizar o caso havia sido cogitada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, mas não foi à frente. Investigações são federalizadas quando há delito contra os direitos humanos e incapacidade do Estado para apurar.

Então, a PF apura e a Justiça Federal julga. “É um caso que precisa do apoio de todas as forças investigatórias”, disse Raquel Dodge.

De manhã, Rivaldo não demonstrou entusiasmo sobre a ajuda da PF. “Temos nossos protocolos estabelecidos. Quem quiser nos ajudar, receberemos a ajuda, de qualquer instituição. Entretanto, quero dizer que a Polícia Civil do Rio tem capacidade para resolver esse caso.”

(com Estadão Conteúdo)

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