Polícia do Paraná justifica conclusão de morte de petista por motivo torpe
Segundo a corporação, Código Penal Brasileiro não permite motivação por 'crime político'

A Policia Civil do Paraná divulgou uma nota neste domingo justificando a conclusão do inquérito da morte do guarda civil, Marcelo Arruda, por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro. Segundo as investigações, o crime não foi político, mas cometido por “motivo torpe”.
A nota da corporação diz que “não há previsão legal para o enquadramento como ‘crime político’, visto que a antiga Lei de Segurança Nacional foi revogada pela nova Lei de Crimes contra o Estado Democrático de Direito, que não possui qualquer tipo penal aplicável”. O posicionamento ocorre depois de diversos partidos de esquerda questionarem a conclusão do inquérito.
Marcelo foi morto no dia 9, quando comemorava o aniversário de 50 anos, com diversas referências ao Partido dos Trabalhadores e ao ex-presidente Lula. Segundo testemunhas, o autor do homicídio, Jorge Guaranho, um apoiador do presidente da República gritou “Aqui é Bolsonaro” antes de atirar.
A conclusão do inquérito foi anunciada na sexta-feira. Na nota deste domingo, a polícia tratou de explicar que “A qualificação por motivo torpe indica que a motivação é imoral, vergonhosa. A pena aplicável pode chegar a 30 anos. Portanto, o indiciamento, além de estar correto, é o mais severo capaz de ser aplicado ao caso”.