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Polícia Federal faz operação contra contrabando de migrantes

Foram emitidos 11 pedidos de prisão de integrantes da organização criminosa, que movimentou R$ 40 mi em 5 anos; operação tem colaboração de agência dos EUA

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 out 2019, 14h23 - Publicado em 31 out 2019, 14h10
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  • A Polícia Federal realiza desde a manhã desta quinta-feira, 31, uma operação para prender uma quadrilha especializada em contrabando de migrantes. Ao todo, estão sendo presos 11 integrantes da organização criminosa, que movimentou 40 milhões de reais nos últimos 5 anos, enviando clandestinos para o exterior, principalmente para os Estados Unidos. Os investigados responderão pelos crimes de contrabando de migrantes, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

    A operação é conduzida pelo delegado federal Milton Fornazari Junior, de São Paulo. O pedido de prisão foi enviado à 10ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal em São Paulo. Os nomes que estão no pedido de prisão são: Erik Bryan Martins da Costa, Henrique Gonçalves Liotti, Jawad Ahmad, MD Bulbul Hossain, Mohammad Nizam Uddin, Mahammed Arif, Muhammad Irfan Chaudhary, Nazrul Islam, Saiful Islam, Saifullah Al Mamun e Tamoor Khalid. O inquérito foi instaurado a partir de uma cooperação internacional da PF com a agência americana de imigração, a U.S. Immigration and Customs Enforcement. A organização criminosa tem sede em São Paulo, no Brás, e era liderada por Saifullah Al Mamun, que nasceu em Bangladesh, mas estava refugiado no Brasil.

    De acordo com depoimentos de testemunhas ouvidas nos Estados Unidos, o esquema funcionava assim: os migrantes chegavam ao Brasil pelo Aeroporto de Guarulhos, vindos principalmente do Afeganistão, Bangladesh, Índia e Paquistão com passaportes e vistos falsos. Do Brasil, eles eram levados pelos contrabandistas para os Estados Unidos, por via terrestre, numa rota que passava pelo Acre e cruzava pelo menos nove países, incluído Peru, Colômbia e México.

    Saifullah Al Manum, um dos presos, mora na rua Miller, no Brás, e é dono da empresa de turismo B.D. Tour Ltda, situada na rua Doutor Ornelas, Canindé, em São Paulo. Ele também era proprietário do Bangla Mini Mercado, próximo da empresa de turismo. Manum oferecia a pessoas de Bangladesh a promoção de migração ilegal para os EUA por 47 mil reais. Se o cidadão de Bangladesh quisesse ficar no Brasil, no entanto, pagava 25 mil reais. Estes valores incluíam o fornecimento de documentos falsos, de identificação de estrangeiro.

    O delegado Milton Fornazari Júnior e sua equipe utilizaram-se de várias técnicas para identificar e prender toda a quadrilha. Além da cooperação jurídica internacional, a equipe recorreu a ações controladas para monitorar os alvos e pediu quebra de sigilo bancário, interceptação telefônica e apreensão de e-mails dos investigados. Os imigrantes eram submetidos a condições degradantes e desumanas. O delegado pediu o bloqueio dos bens e dos ativos financeiros da quadrilha. A partir das buscas feitas nos endereços dos investigados, a PF deve ampliar as investigações para identificar outros membros da quadrilha.

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