Polícia Militar do Rio apreende mais de cem fuzis este ano junto ao crime
Retirada dessas armas das mãos de criminosos é a principal propaganda do governo Castro na segurança, que vive momento crítico

Principal propaganda do governo Cláudio Castro (PL) na segurança pública, a apreensão de fuzis – estimulada através da premiação em dinheiro dos policiais envolvidos – chegou este ano a 116 armas do tipo retirada de criminosos. O número foi divulgado nesta sexta-feira, 14, pela Secretaria estadual de Polícia Militar e abrange apreensões realizadas nos primeiros 45 dias de 2025. No ano passado, segundo o governo, o total foi de 732 fuzis, num aumento de 20% em relação a 2023.
O governo Castro dá publicidade a essas apreensões em meio a um momento crítico na segurança do Rio. Na última quarta-feira, uma operação policial no Complexo de Israel fechou a Avenida Brasil e a Linha Vermelha no começo da tarde, e intensas trocas de tiros com criminosos levaram pânico à população. Um helicóptero blindado da PM foi atingido no fogo cruzado e precisou fazer um pouso forçado, enquanto motoristas que passavam pela região tentavam se proteger deitados nas pistas junto às muretas. A polícia tentava prender o traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, líder do Terceiro Comando Puro.
A PM afirma que a apreensão mais recente ocorreu no Complexo da Pedreira, em Costa Barros, na Zona Norte. Na ocasião, foram cinco fuzis encontrados numa casa usada para esconder armamento do crime organizado. Nesta sexta, Castro comentou as armas apreendidas este ano provocando, mais uma vez, o governo Lula: “Ao mesmo tempo em que parabenizo nossos policiais por tirarem tantos fuzis de circulação, reforço a necessidade da cooperação federal para impedir que esse armamento pesado entre no nosso estado. Não podemos permitir que armas de guerra continuem circulando no Rio, mutilando e tirando a vida de moradores inocentes e dos nossos policiais”.
No último dia 5, Castro divulgou um vídeo chamado “O caminho das armas” para dizer que os fuzis chegam ao Rio vindo de outros países ao mesmo tempo em que cobra ações do governo federal. Um narrador diz: “Combater o crime não é papel apenas das polícias Militar e Civil. É preciso tomar atitudes firmes para cobrar os países que facilitam o tráfico de armas. O governo federal precisa impor sanções”.
A Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Polícia Militar diz que mais de 90% dessas armas usadas pelo facções no Rio são fabricadas em outros países. Pelo estudo da Inteligência da PM, os fuzis entram no país ou no estado separados por peças e são montados por armeiros do crime.