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Polícia prende suspeito de ter vendido arma a autor de massacre em Suzano

Cristiano Cardias de Souza deve responder por homicídio com dolo eventual, por ter presumido risco de provocar mortes ao vender revólver a Guilherme Taucci

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 10 abr 2019, 20h53 - Publicado em 10 abr 2019, 20h37
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  • A Polícia Civil prendeu na tarde desta quarta-feira, 10, o suspeito de ter vendido o revólver calibre 38 e parte das munições usadas no massacre da Escola Raul Brasil, em Suzano, no mês passado, que terminou com a morte de dez pessoas, entre elas os dois atiradores. Ele deve responder por homicídio com dolo eventual por ter presumido o risco de provocar as mortes.

    Cristiano Cardias de Souza, conhecido como Cabelo, teve a prisão temporária decretada pela Justiça nesta semana. Policiais da delegacia de Suzano, responsável pela investigação do caso, fizeram campana na casa do suspeito, na área rural da cidade, e conseguiram capturá-lo nesta tarde. Não houve resistência.

    Segundo as investigações, Souza teria negociado a venda do revólver, com a numeração raspada, e de munições com Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, que liderou o ataque à escola. As conversas entre os dois ficaram gravadas em um aplicativo de mensagem e foram analisadas pelos investigadores.

    O próprio Taucci teria ido buscar o revólver. A principal hipótese é a de que o outro participante do ataque – Luiz Henrique de Castro, de 25 anos – tenha pagado pela arma, por ser o único a ter renda própria. Jardineiro, ele recebia cerca de 1.500 reais por mês.

    O massacre

    Na manhã da quarta-feira 13 de março, Guilherme Taucci Monteiro e Luiz Henrique de Castro entraram na escola de Suzano e mataram os estudantes Samuel Melquiades Silva Oliveira, Caio Oliveira, Kaio Lucas da Costa Limeira, Claiton Antônio Ribeiro e Douglas Murilo Celestino, a coordenadora pedagógica Marilena Umezu e a inspetora Eliana Regina de Oliveira Xavier. O empresário Jorge Antonio de Moraes, tio de Guilherme e dono de uma pequena concessionária, foi morto antes do ataque à escola. Após o crime, Taucci atirou em Castro e se suicidou. 

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    A Polícia Militar encontrou com os dois diversas armas: um revólver, uma besta, arco e flecha, garrafas de coquetel molotov – arma química incendiária – e uma machadinha.

    O vídeo de uma câmera de segurança registrou o momento em que Taucci entra na escola, saca a arma e dispara aleatoriamente contra os estudantes e funcionários que estavam em frente à secretaria do colégio, pouco depois da entrada. Na sequência, ele segue para um outro ambiente, não filmado, e aparece Castro, que, com a machadinha, tenta impedir a fuga de estudantes e chega a atingir alguns.

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