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Policial atrapalhou investigação do caso Marielle, aponta relatório da PF

Segundo documento, Rodrigo Jorge Ferreira criou uma história para se vingar de um antigo aliado, chefe de uma milícia no Rio

Por Redação
Atualizado em 24 Maio 2019, 16h28 - Publicado em 24 Maio 2019, 12h23
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  • Um relatório da Polícia Federal revelou que um policial militar fez manobras para atrapalhar as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018. Segundo a PF, o policial Rodrigo Jorge Ferreira, o Ferreirinha, criou uma história para confundir as autoridades, além de ter aproveitado a trama para se vingar de um antigo aliado.

    Segundo o relatório, acessado pelo jornal O Globo, Ferreirinha tentou prejudicar Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, que chegou a ser investigado pela trama do atentado contra Marielle.

    Em depoimento, o policial militar havia afirmado que Curicica contou com o apoio do vereador carioca Marcello Siciliano (PHS) para planejar o crime. A dupla, que sempre negou envolvimento no crime, se tornou alvo do processo a partir do testemunho.

    Orlando já está preso desde 2017, cumprindo sentença em uma penitenciária federal pelo homicídio de dois milicianos, no mesmo ano. Ele seria mandante das mortes de Luiz Otavio Mascarenhas Queluci e Marcos André Gomes, que, de acordo com a investigação, integravam a milícia de Boiúna, grupo rival ao de Curicica.

    Já Siliciano continua cumprindo seu mandato como vereador e, em março deste ano, disse esperar que os assassinatos fossem solucionados “de forma correta”.

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    “Eu sigo aqui na expectativa para que esse crime cometido contra a Marielle e o Anderson seja solucionado de forma correta pra que todos os envolvidos paguem e que eu, definitivamente, possa tocar minha vida”, declarou na época.

    Ainda de acordo com o relatório, um delegado da Polícia Federal também estaria envolvido na tentativa de obstrução de Justiça, coagindo uma testemunha a dar um depoimento falso, dificultando a solução do caso.

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    Prisão dos executores

    Marielle e Anderson foram mortos por disparos feitos da janela de um veículo em movimento. Para os investigadores da polícia, os ocupantes do carro eram os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Elcio Queiroz, presos pela Polícia Federal e pelo Ministério Público do Rio em 12 de março, dois dias antes de o crime completar um ano.

    Segundo a denúncia formulada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MP-RJ, Lessa efetuou os disparos, enquanto Queiroz dirigia.

    Eles foram denunciados pelos homicídios qualificados de Marielle e Anderson Gomes e tentativa de homicídio de Fernanda Chaves, assessora da vereadora que sobreviveu. Desde então, a Polícia Civil segue investigando o caso na tentativa de localizar os mandantes do crime.

    (Com Estadão Conteúdo)

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