Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

Presidente dos Correios: privatização será ‘case internacional’

O general Floriano Peixoto assumiu o cargo com a missão de acelerar o processo de "desestatização" da empresa

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 13h48 - Publicado em 24 jul 2020, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Em entrevista a VEJA, o presidente dos Correios, general Floriano Peixoto, se diz um soldado do presidente Bolsonaro. Ele assumiu o cargo com a missão de acelerar o processo de privatização da empresa, gigante com quase 100  000 funcionários, que movimenta 18 bilhões de reais e acumula prejuízo igualmente extraordinário, fruto de uma combinação que inviabiliza a maioria das estatais brasileiras: má gestão, excesso de privilégios e corrupção.

    Qual a missão que o senhor recebeu do presidente? Nossa equipe chegou há um ano. O presidente da República nos atribuiu a missão de fortalecer a empresa financeiramente e garantir a sua sustentabilidade operacional. Houve uma retração financeira muito grande em decorrência da pandemia, mas os problemas não são exclusivos dela. Atualmente, nós contabilizamos um prejuízo de 2,4 bilhões de reais. É um prejuízo que acumulamos ao longo do tempo por má governança da empresa.

    Esses privilégios dos funcionários são exemplo disso? Eu diria que privilégio é uma palavra forte. Mas eles têm benefícios extra-CLT, e a gente entende que são bastante diferenciados dentro da realidade brasileira. O que tem de ficar claro é a diferença entre direitos e benefícios. A gente, evidentemente, está assegurando os direitos previstos por lei. Alguns benefícios estão sendo cortados porque a empresa não tem capacidade financeira nem condição de sustentar perante a sociedade a preservação deles em um momento tão difícil, de tantos sacrifícios.

    Os funcionários ameaçam entrar em greve caso a direção insista em cortar os benefícios. Há empresas que estão demitindo, reduzindo os salários. Os Correios não pensam nessas medidas por enquanto e esperam que o bom senso da categoria nos permita manter essa postura.

    O governo havia incluído os Correios na lista das primeiras estatais a ser privatizadas. Quando isso vai acontecer? Prefiro usar o termo desestatização. Quando falamos em privatização, já se infere que é isso que ocorrerá ao final, e a gente não pode assegurar essa possibilidade hoje. Durante o processo, pode-se concluir por outras alternativas. Os estudos são demorados, profundos e detalhados. Não estamos falando de vender um botequim na esquina, estamos falando de vender uma empresa enorme, e o processo vai ser um case internacional. Portanto, há de ser feito com muito critério, estudo e consistência. E é um estudo de elevada complexidade, porque tem implicações inclusive de continuidade dos serviços e dos compromissos que a empresa tem em âmbito internacional. Os Correios estão se modernizando, melhorando a governança e racionalizando as despesas para a melhor opção que venha a ser decidida no futuro.

    O senhor é a favor da privatização dos Correios? O efeito que se espera é que haja uma melhoria de investimentos e que o regramento que se aplica a uma empresa privada traga benefícios. Não vou dizer que são amarras, mas recaem sobre as empresas públicas protocolos que dificultam e retardam determinados processos. Quando a gente compara empresa pública com privada, as diferenças são óbvias em termos de facilidade de estabelecer negócios e contratação. A proposta é tornar o Estado mais leve, mais moderno e permitir que ele se volte para setores em que a sua presença se faça mais necessária, como saúde, educação e segurança.

    Continua após a publicidade

    Os Correios, historicamente, foram alvo de ingerência política. Isso ainda acontece? Não identifico isso. O presidente da República, quando me designou para a missão, me atribuiu uma total isenção para conduzir a empresa da forma que eu julgasse necessário. Eu não tenho sofrido esse tipo de ação.

    Publicado em VEJA de 29 de julho de 2020, edição nº 2697

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 9,98 por revista)

    a partir de 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.