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Presos de Bangu podem fazer melhor que os de Manaus, diz deputado

Major Olímpio, que foi candidato a prefeito de São Paulo, também criticou indenização de famílias de presos; parlamentar diz que objetivo foi fazer ironia

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 20h54 - Publicado em 8 jan 2017, 16h14
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  • O deputado federal Major Olímpio (SDD-SP), que foi candidato a prefeito de São Paulo em 2016 – chegou em sexto lugar, com 2,02% dos votos -, fez um post no Facebook em que diz que os presos do complexo de Bangu no Rio “podem fazer melhor” em termos de massacre do que os detentos de presídios de Manaus e Roraima, palcos de chacinas na semana passada.

    “Placar dos presídios: Manaus 56 x Roraima 30. Vamos lá, Bangu! Vocês podem fazer melhor!”, escreveu o parlamentar, que é ex-policial militar de São Paulo e dirigiu associações da categoria no Estado.

    Ao jornal “O Estado de S. Paulo”, o parlamentar afirmou que o objetivo do post, publicado no sábado, não foi incentivar novas chacinas. “Não incitei a violência. Não estou torcendo por uma nova chacina. Só usei a ironia para mostrar o tamanho da tragédia”, disse.

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    Neste domingo, o deputado voltou a postar sobre o assunto no Facebook, desta vez para criticar o fato de o Estado indenizar as famílias dos presos mortos no massacre de Manaus, mas não fazer o mesmo em relação às vítimas dos criminosos.

    “Aqui nessa república de bananas, de povo sem voz e sem vez, ser bandido virou profissão. Tem associação, tem direitos. Os vagabundos viraram vítimas, as vítimas viraram estatística”, escreveu.

    Declarações polêmicas

    A declaração de Major Olímpio se soma a outras frases polêmicas ditas por autoridades desde o massacre de 56 presos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), que abriu a série de chacinas de presos no ano na Região Norte.

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    Logo depois da chacina, o governador José Melo (Pros) disse que não havia “santo” entre os mortos nos presídios de Manaus.  Não tinha nenhum santo. Eram estupradores, eram matadores que estavam lá dentro e pessoas ligadas a outra facção (Primeiro Comando da Capital), que é minoria no Estado do Amazonas”, afirmou.

    No mesmo dia, o presidente do PTB, o ex-deputado federal Roberto Jefferson, disse que os mortos na chacina “já vão tarde” e que não lamentaria os assassinatos. “Não vou chorar as baixas das facções de criminosos no Amazonas. Ali não tem ninguém que mereça que sua perda seja lamentada”, atacou o ex-deputado, que é presidente do PTB.

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    A declaração que rendeu maior consequência, no entanto, foi a de Bruno Júlio, então secretário nacional da Juventude do governo Michel Temer (PMDB), que perdeu o cargo em razão dela. Na sexta-feira, ele afirmou, ao se referir aos massacres de presos, que “tinha era que matar mais”.

    “Eu sou meio coxinha sobre isso. Sou filho de polícia, né? Tinha era que matar mais. Tinha que fazer uma chacina por semana”, afirmou Júlio na declaração que provocou sua queda – oficialmente, ele pediu demissão. Júlio é presidente licenciado da Juventude do PMDB e filho do deputado estadual de Minas Gerais Cabo Júlio (PMDB).

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