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Prioridade das empresas era o dinheiro, não a saúde, diz PF

Uma empresa de Goiás tinha lote contaminado com salmonela; a PF apontou ainda venda de frango com papelão, mas não especificou em quais marcas isso ocorreu

Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 18h40 - Publicado em 17 mar 2017, 11h03
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  • O delegado Maurício Moscardi Grillo, da Polícia Federal (PF), afirmou que a prioridade das empresas envolvidas na Operação Carne Fraca era “o capitalismo, o mercado, não a saúde pública”. Segundo ele, grandes corporações do setor agropecuário brasileiro, entre elas a JBS e a BRF adotavam procedimentos de barateamento dos produtos, visando exclusivamente aumentar os lucros, mesmo que em detrimento da qualidade do que era repassado aos consumidores.

    Para Grillo, a corrupção era intencional e partiu das corporações – de acordo com ele, não houve “extorsão” pelos fiscais. No caso da BRF, ele afirma que o grupo tem um setor – gerência de relações institucionais e governamentais -, cuja principal função é “articular vantagens para a empresa”, como a transferência indevida de fiscais dos lugares onde eles trabalhavam. De acordo com ele, era comum que a BRF exercesse “uma força” para retirar de suas áreas fiscais que estivessem sendo rigorosos e substituí-los por outros, da “banda podre”, como ele qualificou.

    Carnes contaminadas

    Dentre as irregularidades investigadas pela operação estão a liberação de lotes de carne estragadas, contaminadas com bactérias e com utilização de produtos cancerígenos. A operação é a maior da história PF e foi deflagrada na manhã desta sexta-feira, apurando irregularidades na fiscalização de frigoríficos

    Segundo a decisão da Justiça, uma funcionária da empresa Peccin, envolvida nos casos investigados, relata a “a utilização de carnes estragadas na composição de salsichas e linguiças, a ‘maquiagem’ de carnes estragadas com a substância cancerígena ácido ascórbico, carnes sem rotulagem e sem refrigeração”. Há também relato de pressão para liberação de um lote contaminado com salmonella, da empresa Rio Verde, além de remessas de frango com papelão e lotes de linguiça com carne de cabeça.

    Procuradas pelo site de VEJA, a empresa BRF declarou que “está colaborando com as autoridades para o esclarecimento dos fatos. A companhia reitera que cumpre as normas e regulamentos referentes à produção e comercialização de seus produtos, possui rigorosos processos e controles e não compactua com práticas ilícitas”. Em nota, a JBS afirmou que a empresa e “suas subsidiárias atuam em absoluto cumprimento de todas as normas regulatórias em relação à produção e comercialização de alimentos no país e no exterior” e que “apoia as ações que visam punir o descumprimento de tais normas”. A empresa Peccin Agro Industrial informou que não vai se pronunciar no momento.

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    Confira a nota da JBS na íntegra:

    “Em relação a operação realizada pela Polícia Federal na manhã de hoje, a JBS esclarece que não há nenhuma medida judicial contra os seus executivos.  A empresa informa ainda que sua sede não foi alvo dessa operação.

    A ação deflagrada hoje em diversas empresas localizadas em várias regiões do país, ocorreu também em três unidades produtivas da companhia, sendo duas delas no Paraná e uma em Goiás. Na unidade da Lapa (PR) houve uma medida judicial expedida contra um médico veterinário, funcionário da companhia, cedido ao Ministério da Agricultura.  

    A JBS e suas subsidiárias atuam em absoluto cumprimento de todas as normas regulatórias em relação à produção e a comercialização de alimentos no país e no exterior e apoia as ações que visam punir o descumprimento de tais normas.

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    A JBS no Brasil e no mundo adota rigorosos padrões de qualidade, com sistemas, processos e controles que garantem a segurança alimentar e a qualidade de seus produtos. A companhia destaca ainda que possui diversas certificações emitidas por reconhecidas entidades em todo o mundo que comprovam as boas práticas adotadas na fabricação de seus produtos.  

    A companhia repudia veementemente qualquer adoção de práticas relacionadas à adulteração de produtos – seja na produção e/ou  comercialização –  e se mantém à disposição das autoridades com o melhor interesse em contribuir com o esclarecimento dos fatos. “

    Confira a nota da BRF na íntegra:

    A BRF informa que, em relação à operação da Polícia Federal realizada na manhã desta sexta-feira, está colaborando com as autoridades para o esclarecimento dos fatos. A companhia reitera que cumpre as normas e regulamentos referentes à produção e comercialização de seus produtos, possui rigorosos processos e controles e não compactua com práticas ilícitas. A BRF assegura a qualidade e a segurança de seus produtos e garante que não há nenhum risco para seus consumidores, seja no Brasil ou nos mais de 150 países em que atua.

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