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Procurador perde a paciência com Emílio Odebrecht durante delação

“Deixe de historinha, de conto de fada!”, disse o procurador da República diante da naturalidade com que o empresário tratou os crimes de corrupção

Por Da redação
Atualizado em 15 abr 2017, 11h35 - Publicado em 15 abr 2017, 11h31

Depois de horas interrogando o empresário Emílio Odebrecht, o procurador da República Sérgio Bruno Cabral Fernandes perdeu a paciência com o descaso e a naturalidade com que o delator tratava os casos de corrupção e financiamento ilegal de campanhas.

Emílio falava que a conta da Odebrecht para financiar campanhas eleitorais movimentou 300 milhões de reais em seis anos. Os pagamentos eram negociados com os ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Antonio Palocci. 

O empresário disse que não sabia de detalhes do uso desse dinheiro, mas que desconfiava que não era destinado apenas para campanhas, mas também para uso pessoal. Sérgio Bruno então perde a paciência e pede que Emílio “deixe de historinha, de conto de fada”. Disse que era “hora de jogar limpo”. O procurador acusou os dois ex-ministros de terem cometido corrupção.

“Está na hora da gente dizer a verdade, de como a coisa suja é feita. Não é possível um ministro da fazenda fique pedindo todo mês a um empresário. Isso não é admissível. Por mais que a gente esteja acostumado com isso, isso não é o correto e o senhor sabe disso”, disse o procurador, interrompendo o depoimento. “O Palocci e o Mantega, na qualidade de ministros, cada um em sua época, ao solicitar um valor a qualquer pessoa, cometeu o crime de corrupção. Sou obrigado a trazer o lado podre, o lado ruim”, concluiu.

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