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Professora morreu ao tentar salvar crianças de incêndio em MG

Segundo a polícia, Heley de Abreu Silva Batista, 43 anos, tentou segurar o vigia Damião Santos, autor do ataque em Janaúba (MG) que matou cinco crianças

Por Bianca Lemos
Atualizado em 6 out 2017, 13h40 - Publicado em 6 out 2017, 12h52

A professora Heley de Abreu Silva Batista, de 43 anos, morreu na noite desta quinta (5) após tentar salvar crianças de um incêndio criminoso causado pelo vigia Damião Soares dos Santos, no Centro Municipal de Educação Infantil Gente Inocente, em Janaúba (MG), a 560 km de Belo Horizonte. Segundo a polícia, ela teria tentado conter o agressor.

O vigia, que estava afastado do trabalho e teria ido à creche entregar um atestado médico, jogou um líquido inflamável sobre as crianças e sobre si próprio e ateou fogo. Além da professora, morreram cinco crianças e o autor do ataque. Há ao menos 19 feridos, nove deles em estado grave – a maioria foi levada para o Hospital João 23, em Belo Horizonte, especializado em queimaduras.

Diego Abreu, primo de Heley, disse que a professora havia sido efetivada este ano na escola, que pertence à rede municipal de ensino. Segundo ele, sua prima sempre foi uma professora zelosa. “Ela adorava crianças, tanto seus filhos quanto seus alunos. Amava a profissão, nem se importou com sua própria vida, salvou muitas crianças”, diz. Ela deixou três filhos: um adolescente de 15 anos, uma menina de 12 e um bebê de um ano e três meses, que devem ficar com o pai.

As crianças atacadas estavam em uma sala de recreação da unidade. Todas as vítimas tinham quatro anos de idade – são elas: Juan Pablo Cruz dos Santos, Luiz Davi Carlos Rodrigues, Ruan Miguel Soares Silva, Ana Clara Ferreira Silva e Renan Nicolas Santos Silva. Ao lado do local do ataque, funcionava um bercário – os bebês tiveram que ser retirados rapidamente por funcionários e professores da escola, que tinha cerca de 80 crianças, segundo a prefeitura.

O governo estadual, comandado por Fernando Pimentel (PT), montou uma estrutura de apoio às famílias das vítimas que foram elevadas para Belo Horizonte. Pelo menos oito famílias, de acordo com a Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social, foram acolhidas na capital mineira em uma casa cedida pelo Colégio Marista. Além da alimentação e auxílio logístico para o deslocamento, os familiares contam com apoio psicológico prestado com o auxílio da Faculdade Pitágoras.

 

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