Claudete Oliveira, na saída do velório coletivo em Suzano (Luiz Felipe Castro/VEJA)
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Uma professora de espanhol da escola de idiomas do colégio Raul Brasil, em Suzano, pode ter ajudado a salvar vidas durante o ataque a tirosque matou cinco alunos e duas funcionárias, além dos próprios atiradores o tio de um deles, na última quarta-feira 13. Ao deixar o velório coletivo na Arena Suzano nesta quinta-feira, 15, Claudete de Oliveira falou sobre os momentos de tensão que viveu na sala de aula.
“Estávamos no fundo da escola, no centro de línguas, que tem horários diferentes da escola regular, por isso não era nosso intervalo. Um aluno me disse que escutou tiros, mas eu pensei que pudessem ser bombinhas, como já ocorreu outras vezes. Então fui até o corredor e vi o que estava acontecendo. Voltei calmamente à sala e pedi aos alunos: fiquem abaixados, vou apagar a luz, e quem estiver com celular, ligue para a polícia.”
Claudete contou que empurrou cadeiras para segurar a porta e conter os atiradores, mas foi surpreendida por gritos de socorro. “Neste momento, ouvi crianças desesperadas pedindo para abrir. Por instinto, graças a Deus, abri a porta e consegui colocá-los para dentro. Nesse momento, decidi que ninguém mais sairia ou entraria e comecei a rezar.”
O momento mais assustador, no entanto, veio na sequência. “Os atiradores deram duas pancadas na minha porta, mas eu não abri. Daí vieram tiros e um silêncio mortal”, explicou. Ela demorou a acreditar que os homens que a chamavam do lado de fora eram policiais.
“Num primeiro momento, desconfiei. Mas abri uma fresta, vi que era um policial e eles nos pediram para todos saírem sem olhar para o chão. Os corpos dos dois atiradores estavam bem ali.” Passado o choque inicial, Claudete teve uma nova surpresa ao descobrir a identidade de um dos atiradores, Luiz Henrique Castro.
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“Ao ver fotos de quando ele era menor, percebi que dei aula para o Luiz na quinta série. Fiquei muito triste, porque me lembrava dele como um menino muito tranquilo, amoroso, estudioso”. Caso semelhante ao de Claudete ocorreu com asmerendeiras Silvana Moraes e Lizete Santos, que colocaram cerca de 60 estudantes dentro da cozinha para protegê-los dos ataques.
1/30 Sepultamento do jovem Caio Oliveira, uma das vitimas do massacre na escola Raul Brasil em Suzano (SP) - 14/03/2019 (Ueslei Marcelino/Reuters)
2/30 Sepultamento do jovem Kaio Lucas da Costa Limeira, 17, (uma das vitimas do massacre na escola Raul Brasil), no Cemitério São Sebastião, em Suzano (SP) - 14/03/2019 (Eduardo Knapp/Folhapress)
3/30 Dezenas de pessoas participam do funeral do adolescente Samuel Melquíades Oliveira Silva, uma vítimas do tiroteio na Escola Raul Brasil, em Suzano (SP) - 14/03/2019 (Ueslei Marcelino/Reuters)
4/30 Pessoas reagem durante o funeral das vítimas do tiroteio na Escola Raul Brasil, em Suzano (SP) - 14/03/2019 (Ueslei Marcelino/Reuters)
5/30 Mulher faz oração durante o funeral das vítimas do tiroteio na Escola Raul Brasil, em Suzano (SP) - 14/03/2019 (Ueslei Marcelino/Reuters)
6/30 Sepultamento do jovem Kaio Lucas da Costa Limeira, 17, (uma das vitimas do massacre na escola Raul Brasil), no Cemitério São Sebastião, em Suzano (SP) - 14/03/2019 (Ueslei Marcelino/Reuters)
7/30 Velório das vítimas do massacre na escola Raul Brasil no Ginásio Municipal Max Feffer em Suzano (SP) (Jefferson Coppola/VEJA)
8/30 Pessoas se reúnem para o velório das vítimas do massacre da Escola Estadual Professor Raul Brasil no ginásio municipal de Suzano em São Paulo - 14/03/2019 (Foto: Jefferson Coppola/VEJA)
9/30 Pessoas se reúnem para o velório das vítimas do massacre da Escola Estadual Professor Raul Brasil no ginásio municipal de Suzano em São Paulo - 14/03/2019 (Jonne Roriz/VEJA)
10/30 Pessoas se reúnem para o velório das vítimas do massacre da Escola Estadual Professor Raul Brasil no ginásio municipal de Suzano em São Paulo - 14/03/2019 (Jonne Roriz/VEJA)
11/30 Velório das vítimas do massacre da E.E. Professor Raul Brasil no ginásio municipal de Suzano em São Paulo - 14/03/2019 (Jefferson Coppola/VEJA)
12/30 Populares seguram cartazes pedindo paz durante o velório das vítimas do massacre na escola Raul Brasil em Suzano (SP) - 14/03/2019 (Jefferson Coppola/VEJA)
13/30 Familiares do adolescente Caio Oliveira se emocionam durante o velório das vítimas do massacre da Escola Estadual Raul Brasil em Suzano (SP) - 14/03/2019 (Jonne Roriz/VEJA)
14/30 Pessoas se reúnem para o velório das vítimas do massacre da Escola Estadual Professor Raul Brasil no ginásio municipal de Suzano em São Paulo - 14/03/2019 (Jonne Roriz/VEJA)
15/30 Pessoas se reúnem para o velório das vítimas do massacre da Escola Estadual Professor Raul Brasil no ginásio municipal de Suzano em São Paulo - 14/03/2019 (Jefferson Coppola/VEJA)
16/30 Familiares do adolescente Caio Oliveira se emocionam durante o velório das vítimas do massacre da Escola Estadual Raul Brasil em Suzano (SP) - 14/03/2019 (Jefferson Coppola/VEJA)
17/30 Familiares do adolescente Claiton Antônio Ribeiro se emocionam durante o velório das vítimas do massacre da Escola Estadual Raul Brasil em Suzano (SP) - 14/03/2019 (Jonne Roriz/VEJA)
18/30 Familiares do adolescente Claiton Antônio Ribeiro se emocionam durante o velório das vítimas do massacre da Escola Estadual Raul Brasil em Suzano (SP) - 14/03/2019 (Jefferson Coppola/VEJA)
19/30 Velório das vítimas do massacre na escola Estadual Raul Brasil em Suzano (SP) - 14/03/2019 (Jefferson Coppola/VEJA)
20/30 Familiares e amigos próximos lamentam junto ao caixão de Claiton Ribeiro, uma das vítimas do tiroteio na Escola Raul Brasil, na Arena Suzano - 14/03/2019 (Amanda Perobelli/Reuters)
21/30 Aluna reage ao homenagear as vítimas mortas em um tiroteio na Escola Raul Brasil, durante o velório coletivo na Arena Suzano - 14/03/2019 (Ueslei Marcelino/Reuters)
22/30 Familiares e amigos próximos lamentam junto ao caixão de Kaio Lucas da Costa Limeira, uma das vítimas do tiroteio na Escola Raul Brasil, na Arena Suzano - 14/03/2019 (Amanda Perobelli/Reuters)
23/30 O Ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, consola a mãe de Claiton Antonio Ribeiro durante o velório coletivo das vítimas do tiroteio na Escola Raul Brasil, na Arena Suzano - 14/03/2019 (Miguel Schincariol/AFP)
24/30 Estudantes comparecem ao velório coletivo das vítimas do tiroteio na Escola Raul Brasil para prestar homenagens aos colegas - 14/03/2019 (Ueslei Marcelino/Reuters)
25/30 Familiares e amigos próximos lamentam junto ao caixão de Eliana Regina de Oliveira Xavier, uma das vítimas do tiroteio na Escola Raul Brasil, na Arena Suzano - 14/03/2019 (Amanda Perobelli/Reuters)
26/30 Pessoas fazem fila para comparecer ao velório coletivo das vítimas do massacre na Escola Raul Brasil, na Arena Suzano - 14/03/2019 (Amanda Perobelli/Reuters)
27/30 Velório coletivo de vítimas do massacre da escola Raul Brasil, na Arena Suzano - 14/03/2019 (Amanda Perobelli/Reuters)
28/30 Velório coletivo de vítimas do massacre da escola Raul Brasil, na Arena Suzano - 14/03/2019 (Ueslei Marcelino/Reuters)
29/30 Velório coletivo de vítimas do massacre da escola Raul Brasil, na Arena Suzano (SP) (Luiz Felipe Castro//VEJA)
30/30 Pessoas chegam na Arena Suzano para o velório coletivo das vítimas do ataque por dois atiradores na Escola Estadual Professor Raul Brasil - 14/03/2019 (Julien Pereira/Fotoarena/Folhapress)
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