Tucano reitera candidatura de Datena e defende ‘conversa’ com Tabata
Em live de VEJA, o presidente do PSDB em São Paulo, José Aníbal, disse também que o principal objetivo da legenda é 'recuperar o protagonismo' perdido
As queimadas que atingem o Pantanal, a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre maconha e as recentes pesquisas sobre as eleições municipais em São Paulo e no Rio de Janeiro foram os principais temas abordados na live de Os Três Poderes desta sexta-feira, 28. José Aníbal, presidente do PSDB na capital paulista e coordenador da pré-campanha de José Luiz Datena, foi o entrevistado na edição. Questionado se o apresentador vai realmente concorrer à prefeitura paulistana este ano, tendo em vista as diversas desistências em outros pleitos, o tucano garantiu que sim.
“Eu não tenho a menor dúvida disso. Nós filiamos e conversamos com o Datena ao longo de três ou quatro meses, mostrando pra ele o quanto é vital para São Paulo que essa polarização não prevaleça, que você possa construir uma alternativa que seja assertiva no que se refere aos desafios que a cidade tem, que não são pequenos, e, ao mesmo tempo, alguma coisa que reduza essa contaminação, tudo o que deriva dessa polarização que se tornou muito intensa e contundente”, afirmou Aníbal, que defendeu ainda que a equipe do apresentador converse com a também pré-candidata Tabata Amaral (PSB).
“Nós vamos continuar na mesma toada, inclusive conversando muito com a Tabata. Nós temos um mês até as convenções pra ajustar, se for o caso, alguma posição. A candidatura do Datena não tem volta, a não ser que haja algum processo de negociação com a Tabata. Mas não sei se o Datena, estando nessa posição de pesquisa (o apresentador apareceu tecnicamente empatado com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) na pesquisa Quaest), estaria disponível para negociar uma posição secundária na chapa, mas essa questão ainda está aberta”, revelou o tucano.
Sobre o fato de Datena nunca ter concorrido a um cargo eletivo, Aníbal destacou a carreira do colega de sigla na televisão e disse que ele não precisa ser apresentado. “O Datena tem uma presença na cidade inteira e não é uma pessoa que você precisa apresentar. Eu acho que ele tira voto do Ricardo (Nunes) e tira voto também à esquerda, além de puxar voto do centro. É natural que pra ganhar a eleição, num afunilamento do processo eleitoral, ele possa ter que polarizar com um ou com outro, mas isso vai ser naturalmente”, salientou.
O tucano histórico, que já foi líder do partido no Senado, também disse que o principal objetivo da legenda é “recuperar o protagonismo” perdido nos últimos anos. “O PSDB se fragilizou muito nas duas últimas eleições presidenciais e hoje tem uma bancada federal pouco expressiva. O PSDB perdeu protagonismo, perdeu posições no Parlamento e no Executivo, e a população deixou de considerar a nossa postura mais racional, de compromisso firme com a democracia, um caminho virtuoso e fez uma opção pelo Bolsonaro”, explicou.
“Nós temos um propósito de romper essa polarização, coisa que o Eduardo Leite já fez no Rio Grande do Sul duas vezes e ganhou as eleições. Em São Paulo vamos falar com quem podemos ter um diálogo suficiente pra que esteja dentro dos nossos quadros. E o Datena tem dialogado conosco de forma muito aberta e clara (para isso)“, completou o ex-parlamentar.
Paraíso em chamas
Antes mesmo da temporada de seca começar, em julho, o Pantanal tem sido atingido por incêndios devastadores. Capa de VEJA mostra que as chamas se alastram em velocidade sem precedentes pelo ecossistema, colocando todo o bioma em risco. Para piorar, há poucas medidas de prevenção e vigilância à vista. A reportagem conversou com brigadistas, voluntários, empresários e moradores da região, que pedem ações mais rápidas das autoridades. Eles têm razão, pois, se nada for feito, 2024 terminará como triste amostra do que o futuro reserva para o Pantanal: um paraíso arrasado pelo descuido.
Sobre o programa
A live de Os Três Poderes, que traz análises dos principais fatos da semana, tem apresentação do editor Ricardo Ferraz e comentários dos colunistas Matheus Leitão, Ricardo Rangel e Robson Bonin.